O chefe da agência nuclear da ONU disse que uma torre de resfriamento na usina nuclear de Zaporizhzhia, ocupada pela Rússia, foi seriamente danificada em um incêndio no mês passado e provavelmente teria que ser demolida.
Rafael Grossi, Diretor Geral da Agência Internacional de Energia Atômica, fez o comentário na quarta-feira durante sua quinta visita à usina, que foi tomada por forças russas logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. Moscou e Kiev têm regularmente se acusado mutuamente de atacar a usina e arriscar um acidente nuclear.
Grossi postou um vídeo na plataforma de mensagens X avaliando os danos enquanto estava dentro da torre de resfriamento.
“Até hoje, não conseguimos chegar a esse ponto, no alto da torre, para que possamos avaliar de uma forma muito melhor os danos que ocorreram”, disse Grossi, usando capacete e colete à prova de balas, no vídeo. “Essa grande estrutura não é utilizável no futuro, então provavelmente será demolida em algum momento.”
Um incêndio começou na torre em 11 de agosto, com a Rússia e a Ucrânia acusando uma à outra pelas ações que desencadearam o incêndio.
Na época, Grossi descreveu o incidente como um dos vários “ataques imprudentes”, mas não atribuiu culpa.
A usina de Zaporizhzhia no sudeste da Ucrânia, a maior da Europa com seis reatores, está em “desligamento a frio” e não produz eletricidade. Ela requer energia externa para manter o material nuclear resfriado e evitar um acidente.
O vídeo também mostrou Grossi inspecionando uma estação de bombeamento para fornecer água, em menor quantidade após a destruição da represa Kakhovka, no sul da Ucrânia, no ano passado. Ele também visitou uma instalação de armazenamento de combustível nuclear.
Grossi se encontrou com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy em Kiev na terça-feira e disse que as questões estavam “muito frágeis” em Zaporizhzhia, onde os inspetores da AIEA estão posicionados desde meados de 2022.
Grossi visitou na semana passada a usina nuclear de Kursk, no sul da Rússia, e disse que havia perigo de um acidente nuclear lá, já que as forças ucranianas, que lançaram uma incursão na região de Kursk no mês passado, estavam a 40 km (25 milhas) de distância. REUTERS