JACARTA – A polícia indonésia deteve sete pessoas envolvidas num plano fracassado para atacar o Papa Francisco, que resultou a primeira etapa de sua turnê de 12 dias pela Ásia-Pacífico no arquipélago em 6 de setembro.

Um total de sete pessoas foram detidas, a maioria nos dias 2 e 3 de setembro, em Jacarta, nas cidades periféricas de Bogor e Bekasi, na província de Sumatra Ocidental e na província das Ilhas Bangka Belitung, de acordo com o comunicado à imprensa emitido em 6 de setembro pelo esquadrão antiterrorismo da polícia nacional da Indonésia, Destacamento-88.

As iniciais dos presos são HFP, LB, DF, FA, HS, ER e RS, diz o comunicado.

O porta-voz do Destacamento-88, Coronel Aswin Siregar, disse aos repórteres que as investigações ainda estão em andamento e ainda não foi estabelecido se os sete detidos se conhecem ou são membros da mesma célula terrorista.

“Temos um mecanismo para monitorar e filtrar. Tivemos informações de denúncia de membros do público”, disse o Sr. Aswin.

Buscas conduzidas na casa de um dos militantes que supostamente planejava um ataque ao Papa Francisco — que visitou Jacarta de 3 a 6 de setembro — renderam arcos e flechas, um drone e folhetos do Estado Islâmico do Iraque e da Síria (ISIS), disse uma fonte ao The Straits Times. Alguns dos presos haviam jurado lealdade ao ISIS, ele acrescentou.

“Um dos presos é um militante que pertence ao mesmo grupo terrorista que atacou Wiranto”, disse a fonte, referindo-se ao então ministro-chefe da segurança da Indonésia — que atende por apenas um nome — que foi esfaqueado por dois agressores radicalizados pelo ISIS em 2019 e passou por uma cirurgia após o ataque.

Ele disse que os militantes estavam irritados com a visita do Papa Francisco à mesquita Istiqlal de Jacarta, a maior do Sudeste Asiático, e também estavam chateados com o apelo do governo às estações de televisão para que se abstivessem da transmissão habitual do azan (chamado islâmico à oração) enquanto a transmissão ao vivo da visita do Papa Francisco estivesse em andamento. As estações de televisão substituíram as transmissões do azan por um texto em execução.

A luta da Indonésia contra o terrorismo vem acontecendo há décadas, marcada por ataques de alto perfil, incluindo o atentado de Bali em 2002 – o maior ataque terrorista que o país já sofreu – e os ataques de 2009 aos hotéis de Jacarta.

O Destacamento-88 tem sido frequentemente elogiado por suas prisões espetaculares e incursões rápidas, prevenindo inúmeros ataques em potencial no país, cuja população muçulmana adota em grande parte uma forma moderada de islamismo.

Em 21 de agosto, um militante filiado à Al-Qaeda que, em 2014, planejou um plano não concretizado para atacar o edifício da bolsa de valores de Singapura, foi preso em Gorontalo, na parte norte da ilha de Sulawesi.

O cidadão indonésio de 51 anos, Yudi Lukito Kurniawan, é atualmente sendo investigado pelo Destacamento-88 sobre sua participação atual e passada e papel nas redes terroristas da Indonésia.

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