BRASÍLIA – A Polícia Federal realizou nesta segunda-feira uma ampla operação contra o garimpo ilegal na Amazônia, desmantelando uma organização criminosa que financiou a produção e venda de 3,1 toneladas de ouro cuja origem foi escondida com documentos fraudulentos.
A Polícia Federal informou em nota que a maioria das prisões e duas dezenas de mandados de busca e apreensão cumpridos ocorreram no sul do estado do Pará, onde a mineração ilegal de ouro aumentou nos últimos anos na floresta tropical, grande parte dela em terras indígenas protegidas.
“Descobrimos que pelo menos 3,14 toneladas de ouro extraído ilegalmente foram lavadas usando declarações fraudulentas sobre a origem do minério”, disse o comunicado.
Grande parte do ouro foi refinado em São José do Rio Preto, uma cidade no norte do estado de São Paulo que tem uma próspera indústria de joias e onde o ouro ilegal é derretido em lingotes com ouro legal, dificultando o rastreamento do metal ilegal.
“Temos que apurar se o ouro era ilegal e veio de mineração não autorizada”, disse à Reuters o chefe da operação, policial federal Alexandre Manoel Gonçalves.
Um juiz federal ordenou o confisco e o congelamento de 2,9 bilhões de reais (US$ 514 milhões) em dinheiro e bens, incluindo veículos, motocicletas, joias e pepitas de ouro, disse a polícia.
Quatro empresas foram suspensas, seis licenças de mineração e quatro autorizações de porte de armas foram revogadas, e quatro funcionários do governo local foram afastados de seus cargos, disse a polícia.
A declaração acrescentou que indígenas foram encontrados envolvidos na organização criminosa. REUTERS