VARSÓVIA (Reuters) – A infraestrutura crítica da Polônia está sendo cada vez mais vítima de ataques cibernéticos russos e os serviços de inteligência militar da Rússia estão triplicando os recursos em preparação para tal ação contra a Polônia em 2025, disse à Reuters o ministro de assuntos digitais do país.
Krzysztof Gaukowski disse que dos 170.000 incidentes cibernéticos identificados nos primeiros três trimestres de 2025, uma parte significativa foi atribuída a atores russos, enquanto outros incidentes foram motivados financeiramente, envolvendo roubo e outras formas de crime cibernético.
Ele disse que entre 2.000 e 4.000 incidentes ocorrem por dia na Polónia, dos quais 700 a 1.000 “são assumidos por nós, o que significa que representam uma ameaça real ou podem causar problemas graves”.
Os adversários estrangeiros estão agora a expandir o seu foco para além dos sistemas de água e águas residuais, para o sector energético, disse ele.
Ele não forneceu números exatos sobre a atividade russa e não pôde comentar os métodos russos no ciberespaço polonês. As informações sobre o crescente envolvimento da Rússia vieram de informações dos serviços de inteligência polacos.
A Rússia negou consistentemente as acusações de tal atividade. A embaixada russa em Varsóvia não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Autoridades de Varsóvia dizem que a Polónia, um fervoroso apoiante da Ucrânia, é o principal alvo da Rússia entre os países da NATO e acusam o Kremlin de repetidas tentativas de minar a segurança nacional.
“As atividades da Rússia são as mais sérias porque visam infraestruturas críticas que são essenciais para manter a vida normal”, disse Gaukowski.
Além do ataque de drones russos em 10 de setembro, houve também um ataque cibernético relacionado contra a Polónia, que foi o maior desde 2022, quando eclodiu a guerra na Ucrânia, disse ele.
Gawkowski disse que o governo sabia desde o início da noite que o ataque dos drones era da Rússia, mas falsas alegações de que a Ucrânia tinha enviado os drones para iniciar uma guerra inundaram o ciberespaço polaco.
Ele acrescentou que, para fazer isso, os bots que estavam inativos há meses ou até anos foram reativados. Reuters