A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Louise Fox, refletiu nesta terça-feira (21), durante o julgamento do Núcleo 4 da trama golpista. O ministro disse ter passado por uma “reforma” e disse que seu “entendimento prévio” sobre suas ações no dia 8 de janeiro criou uma “injustiça” na época e que sua consciência não lhe permitiu mais “sustentar”. “Como já havia ensinado Piero Calamandrei (jurista italiano), há mais coragem em ser justo quando injusto do que em ser injusto para preservar a aparência de justiça”, apresentou Fox. “É a coragem que admito quando admito que o meu entendimento anterior, embora apoiado na lógica do imediatismo, cometeu uma injustiça que o tempo e a consciência já não me permitem sustentar”, corrigiu o ministro. Disse ainda que um juiz não pode concordar com os seus próprios erros, o que significaria “trair a verdade, degradar a dignidade humana e manchar o pacto constitucional”. “O único rótulo que homenageia o juiz é o de uma justiça que respeita o devido processo legal e dará a todos o que lhe é devido de acordo com a lei, observando a proporcionalidade”, concluiu Fox.