JOANESBURGO (Reuters) – Homens armados mataram um advogado da oposição moçambicana e um funcionário do partido depois de disparar vários tiros contra um carro em que viajavam no sábado, aumentando as tensões antes dos protestos contra um resultado eleitoral contestado, disseram grupos de direitos humanos.

O novo partido de oposição de Moçambique, Podemos, e o seu candidato presidencial, Venâncio Mondlane, rejeitaram resultados provisórios que mostram uma provável vitória da Frelimo, o partido que governa Moçambique há meio século.

Eles convocaram uma greve nacional na segunda-feira.

O grupo de observação eleitoral da sociedade civil moçambicana More Integrity disse que o ataque aconteceu no Bairro Da Coop, na capital Maputo, matando o advogado do Podemos, Elvino Dias, e o representante do partido, Paulo Guambe.

“Eles foram brutalmente assassinados (em um) assassinato a sangue frio”, disse Adriano Nuvunga, diretor do Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD) de Moçambique, à Reuters por telefone.

“As indicações de que cerca de 10 a 15 balas foram disparadas e eles morreram instantaneamente”.

A Human Rights Watch também emitiu um comunicado confirmando o ataque.

De acordo com a última contagem eleitoral, a Frelimo lidera em todas as 11 províncias e espera-se que o seu candidato Daniel Chapo vença as eleições de 9 de Outubro, mas os observadores ocidentais levantaram dúvidas sobre a credibilidade da votação.

Eles notaram relatos de compra de votos, intimidação, listas eleitorais inflacionadas nos redutos da Frelimo e falta de transparência na comparação – problemas que prejudicaram a maioria das pesquisas desde que a Frelimo introduziu a democracia pela primeira vez em 1994, após duas décadas no poder.

Os resultados completos são esperados para 24 de outubro, mas muitos temem que o protesto de segunda-feira possa se tornar sangrento. As forças de segurança de Moçambique abriram fogo contra manifestantes políticos no passado, inclusive depois das eleições locais do ano passado, segundo grupos de direitos humanos. REUTERS

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