
Estudantes baianos desenvolvem biofilmes sustentáveis para proteger os alimentos da deterioração A deterioração dos alimentos é um terror para quem faz compras e, dias depois, encontra um cacho de bananas escurecidas ou morangos mofados. E foi pensando em aumentar a durabilidade desses itens que uma equipe de sete estudantes do interior da Bahia desenvolveu um biofilme sustentável. 🍎🍌🍓 O que é: O material busca imitar a função do filme plástico, preservando frutas e vegetais e evitando o descarte irresponsável do plástico no meio ambiente. Os jovens cientistas responsáveis pelo desenvolvimento do projeto são Welington Oliveira, María Eduarda, Alana Souza, María Gabriela, María Leticia, Elaine de Jesus e Sara Luane, e estudaram com o professor Carlos Valladares no Colégio Estadual de Santa Bárbara, cidade do semiárido a cerca de 3 km da Bahia. As professoras do Curso Técnico em Agroindústria Andrea Bonfim e Indira Taina de Oliveira foram as orientadoras. 🧪Projeto Biofilme é um filme fino, transparente e biodegradável que cria uma camada de proteção nos alimentos. No projeto, os alunos utilizam matérias-primas com propriedades plastificantes abundantes na região de Santa Bárbara para valorizar e melhorar os recursos locais. Amido de milho, batata e mandioca – compostos preferidos para biofilmes – contêm amilose e amilopectina, moléculas responsáveis pela formação de géis firmes, viscosos e plastificantes. O estudante Wellington Oliveira destaca os benefícios da escolha do produto: “Além de ser sustentável e não poluir o meio ambiente como os plásticos comuns, nosso produto também valoriza os recursos da região. Com isso, conseguimos reduzir resíduos poluentes, aumentar a vida útil dos alimentos e ao mesmo tempo incentivar o uso de recursos locais”. Os testes começaram com a aplicação e análise de diferentes tipos de amido e seus aspectos de opacidade, resistência e solubilidade. O objetivo foi testar o prazo de validade e armazenamento de frutas e hortaliças. A consultora e engenheira de alimentos, Indira Taina de Oliveira disse que o próximo passo é usar biofilmes nos alimentos e verificar quais matérias-primas atingem o objetivo de alcançar maior prazo de validade e vida útil utilizando proteção. A equipe busca agora variedades mais resistentes, com melhor conservação e aspecto visual. Alunos do projeto com amostras de biofilme Arquivo pessoal 🗻 Maior desafio Embora o professor do Colégio Estadual Carlos Valladares já tenha hábito e entusiasmo por projetos científicos criados pelos alunos, os recursos ainda são limitados e demoram para chegar. No projeto atual, a professora Andrea Bonfim relata que a estufa necessária para o desempenho mais produtivo e ágil do protótipo chegou apenas um ano após o pedido do governo do estado. Quando o equipamento não chegou, os jovens cientistas tiveram que esperar sete dias em temperatura ambiente para que o biofilme secasse – processo que se reduz a horas em estufa – correndo o risco de as amostras serem contaminadas por microrganismos durante a longa espera. Além do apoio fabril local ao método, a escola conta com estrutura fabril com laboratórios para aulas práticas dos alunos. Mas para gerir projetos de forma eficaz, o equipamento ideal requer um investimento financeiro maior. “Não é só o nosso projecto, mas todos os nossos projectos escolares aqui, o maior desafio é por causa dos equipamentos. Dependemos muito de recursos financeiros e são equipamentos relativamente caros, o que exige uma certa urgência, porque só estamos aqui há três anos”, disse Wellington. Orientadores do projeto falam sobre a importância da motivação científica para os alunos 🔬 A motivação científica para a aprendizagem vai além da sala de aula. Segundo os alunos, a escola já tem uma cultura de incentivo aos projetos realizados por eles. As ideias são geralmente apresentadas pelos professores, mas a investigação e o desenvolvimento dependem da motivação e do interesse do corpo discente. Por se tratar de um curso de ensino médio com ensino técnico integrado, a carga horária é elevada. Apesar disso, os estudantes se dedicam mais à produção e à pesquisa do que inicialmente sugerido. Os alunos e professores responsáveis pelo projeto Andrea Bonfim “É muito gratificante quando apresentamos uma ideia ao aluno e o aluno diz ‘sim, quero desenvolvê-la’ ou quando o aluno chega até nós e diz que está interessado em determinado produto ou projeto. Vemos que o aluno tem um futuro e uma possibilidade de iniciação científica que pode ir além do projeto Biophil, da Escola Andrea Bonfim”. Veja mais notícias estaduais do G1 Bahia. Assista vídeos do G1 e da TV Bahia 💻


















