JOHANESBURGO – O político sul-africano Pravin Gordhan, que foi ministro das Finanças duas vezes, reformulou o serviço tributário e travou uma batalha contra a corrupção sob o governo de um ex-presidente, morreu de câncer na sexta-feira, aos 75 anos, disse sua família.
Gordhan também é lembrado por seus esforços na luta contra o que os sul-africanos chamavam de “captura do estado” por interesses privados sob o ex-presidente Jacob Zuma. Ele havia alertado repetidamente sobre a corrupção do estado durante seu mandato como ministro das finanças.
“O Sr. Gordhan faleceu pacificamente no hospital, cercado por sua família, amigos mais próximos e seus companheiros de longa data na luta de libertação nas primeiras horas desta manhã”, disse a família de Gordhan em um comunicado.
Ele travou “uma curta e corajosa batalha contra o câncer”, disseram eles.
O partido de longa data de Gordhan, o Congresso Nacional Africano, o reverencia por seu papel como ativista antiapartheid. Gordhan também esteve envolvido nas negociações que levaram ao fim do governo da minoria branca em 1994.
O presidente Cyril Ramaphosa relatou os sacrifícios pessoais e as conquistas de Gordhan ao servir a África do Sul.
“Nos últimos anos de seu serviço à nação… Pravin Gordhan enfrentou o escárnio e as ameaças vindas… daqueles que buscavam minar nossa democracia e saquear nossos recursos e bens públicos”, disse Ramaphosa em um comunicado.
Zuma enfrenta vários processos judiciais por suposta corrupção antes e depois de sua presidência de 2009 a 2018, acusações que ele negou veementemente. Um inquérito judicial em 2022 destacou corrupção sistêmica durante seu governo.
Gordhan ocupou vários cargos ministeriais além de seu papel como ministro das finanças, incluindo ministro de governança cooperativa e assuntos tradicionais e ministro de empresas públicas. Ele anunciou sua aposentadoria em março.
Ele atuou como comissário do Serviço de Receita da África do Sul de 1999 a 2009, e é creditado com a concepção de uma administração tributária e alfandegária moderna. REUTERS