SÃO PAULO (Reuters) – Os advogados do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro pediram ao juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes que permita que ele cumpra 27 anos de prisão em prisão domiciliar, alegando problemas de saúde, de acordo com documentos vistos pela Reuters nesta sexta-feira.
Eles disseram que o ex-presidente, de 70 anos, teve uma recaída de problemas intestinais decorrentes de um esfaqueamento durante uma campanha eleitoral em 2018 e que a prisão representaria risco de vida.
“É certo que manter o peticionário em ambiente prisional representa um perigo concreto e imediato para a sua integridade física e até para a sua vida”, afirma o documento, que pede a prisão domiciliária por razões humanitárias.
Bolsonaro foi condenado em setembro a 27 anos e três meses de prisão por um painel de cinco juízes do Supremo Tribunal Federal do Brasil por planejar um golpe para permanecer no poder depois de perder as eleições de 2022 para o presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.
O antigo líder da direita já se encontra em prisão domiciliária por violação de medidas cautelares num outro caso, no qual terá pedido a intervenção dos EUA para suspender o processo penal.
A prisão de Bolsonaro parece iminente depois que um painel da Suprema Corte rejeitou por unanimidade um recurso dos advogados do ex-presidente no início deste mês, disseram autoridades judiciais.
Os advogados de Bolsonaro disseram que iriam apresentar um novo recurso, mas se este também for rejeitado, argumentaram que Bolsonaro deveria começar a cumprir a pena em prisão domiciliária depois de todos os recursos serem concluídos.
Eles observaram que no início deste ano o Supremo Tribunal concedeu prisão domiciliar ao ex-presidente Fernando Collor de Mello, de 76 anos, que foi condenado a quase nove anos de prisão por acusações de corrupção e lavagem de dinheiro, citando sua idade e problemas de saúde, incluindo a doença de Parkinson.
Os testes recentes de Bolsonaro mostraram que “doença grave ou súbita não é uma questão de ‘se’, mas de ‘quando’”, disseram seus advogados.
Um dos filhos de Bolsonaro, Carlos, disse na sexta-feira que o ex-presidente sofria de soluços graves e vomitava constantemente. “Nunca o vi assim”, escreveu ele a X.
Bolsonaro, que governou o Brasil de 2019 a 2022, foi considerado culpado de cinco crimes, incluindo participação em organização criminosa armada, tentativa de derrubar violentamente a democracia e organização de um golpe.
Na sexta-feira, o ex-presidente fez uma breve aparição à sua porta, recebendo a visita do deputado Nicolas Ferreira. Reuters


















