5 de dezembro – Os Caped Crusaders dançaram votos de conquistar o mundo na pequena ilha caribenha de Glasgow e os torcedores haitianos previram uma vaga nas semifinais na sexta-feira, quando o sorteio da Copa do Mundo de 2026 trouxe partes iguais de euforia e ambição para os azarões do futebol.
A espera de 28 anos da Escócia pelo retorno ao maior palco do futebol deixou um pub de Glasgow no caos, enquanto um torcedor vestido como Batman capturava o clima nacional.
“Não há nada melhor do que uma nação se unindo. Esqueça os Celtas, Rangers, unam os clãs. Coração Valente McBatman, aqui vamos nós”, gritou o Cruzado de capa enquanto os fãs cantavam “No Scotland, No Party”.
Os Tartans enfrentarão o pentacampeão Brasil, o semifinalista Marrocos de 2022 e o Haiti no Grupo C. A revanche com o Brasil será exatamente 28 anos desde a última vez que a Escócia disputou a Copa do Mundo em 1998. Jogamos contra o mesmo adversário em nossa primeira partida.
Mas se o regresso da Escócia é bem-vindo, a estreia do pequeno Curaçao é nada menos que milagrosa. Com pouco mais de 150 mil habitantes, esta ilha caribenha tornou-se um dos menores países a chegar à fase final.
“Estou muito, muito orgulhoso. É como se isso acontecesse pela primeira vez. É como se a história tivesse sido escrita. Estou sem palavras”, disse um torcedor na capital da ilha, Willemstad, aproveitando os empates do Grupo E contra Alemanha, Equador e Costa do Marfim.
David do otário VS Golias
Mas mesmo com o nosso tamanho, a nossa ambição permanece inalterada. “Viemos para conquistar o mundo inteiro. Não importa contra quem jogaremos, Curaçao vem para a Copa do Mundo! Preparem-se todos”, declarou outro torcedor exultante.
A qualificação do Haiti teve um significado profundo e os torcedores comemoraram, apesar da violência das gangues que os forçou a perder o jogo “em casa”, em Curaçao. Eles derrotaram a Nicarágua por 2 a 0 e se classificaram para a segunda Copa do Mundo desde 1974.
“Acho que quando estivermos determinados, poderemos chegar tão longe na Copa do Mundo. Não importa com qual time jogaremos, seja o Brasil ou a Itália, se estivermos determinados, com certeza venceremos. (Isso) acredito ser uma coisa boa. Pelo menos estaremos nas semifinais”, declarou o torcedor Exantus Olivier.
Outro torcedor, Lamour Levaincourt, citou a promessa do líder da gangue de depor as armas se o Haiti se classificasse para a Copa do Mundo.
Grupos armados assumiram o controlo da maior parte de Porto Príncipe, forçando 1,3 milhões de pessoas a fugir das suas casas. O técnico francês do Haiti, Sébastien Migne, nem sequer pôde visitar o país desde que assumiu, há um ano e meio.
Na ilha de São Vicente, os cabo-verdianos assistiram nervosos ao sorteio do Grupo B entre os ex-campeões mundiais Espanha, Uruguai e Arábia Saudita. Um dos apoiadores fez o sinal da cruz.
“Temos duas seleções que venceram a Copa do Mundo, mas pode ser muito difícil”, disse o morador Osvaldo Lima.
“Mas somos uma nação resiliente, somos guerreiros e lutaremos como iguais”, acrescentou.
Depois de fazer uma estreia histórica, a Jordânia enfrenta talvez a tarefa mais difícil do torneio no Grupo J, ao lado dos atuais campeões Argentina, Argélia e Áustria.
“Acho que este grupo é um dos mais difíceis da Copa do Mundo, mas ainda esperamos estar no nível certo”, disse o jordaniano Bassel al-Akour em um café em Amã.
Mas a esperança é eterna. Hassan Saadeh já estava planejando uma reviravolta, dizendo: “Se Deus quiser, venceremos, venceremos. Se eles não passarem em primeiro lugar, passaremos em segundo lugar”.
O torneio de 2026 será a primeira Copa do Mundo ampliada com 48 seleções, mas seis vagas nos playoffs ainda não foram preenchidas. Reuters


















