Os dados provêm da DataMigra, a plataforma de migração e refugiados do Observatório de Migrações do Ministério da Justiça. Os migrantes dizem que escolheram a cidade para reconstruir suas vidas com suas famílias. Venezuelanos encontram trabalho e estabilidade em Ribeirão Preto A garçonete Maria Morillo mudou-se da Venezuela para o Brasil há seis anos e mora com a família em Ribeirão Preto (SP) há quatro anos. Apesar do tempo afastado, ele não esquece os motivos que o fizeram deixar o país de origem. “Disseram no supermercado: ‘O arroz chega amanhã’. Você foi lá às 19h, 20h, já estava na fila, passou a noite inteira e ainda no dia seguinte não conseguiu comprar arroz. brigando, na fila para comprar um quilo de comida. Muita gente morreu em pé.” Acompanhe o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp. Sua história é a de um dos 586 mil venezuelanos que imigraram para o Brasil em apenas oito anos sob o regime de Nicolás Maduro. Os números são da Organização Internacional para as Migrações (OIM). A garçonete venezuelana Maria Morillo está há quatro anos em Ribeiro Preto, SP. Reprodução/EPTV A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) estima que existam mais de 7,7 milhões de venezuelanos no mundo. São cerca de 800 mil pedidos de asilo para os mais diversos locais. Em Ribeirão Preto, nos últimos dez anos, 576 venezuelanos foram cadastrados na cidade. É o caso do barbeiro Ramón Alberto Granado Castillo, que mora nesta cidade há quatro anos e está no Brasil há seis. “A situação começou a ficar um pouco tensa, então eu disse vamos tentar e agora estamos aqui, já se passaram seis anos e não vou embora. Estou feliz, acho que também tenho um coração brasileiro, tenho tive muitas oportunidades, conquistei muita coisa”. Vida nova no Brasil Maria diz que decidiu vir para o Brasil por causa da situação econômica e política da Venezuela. A primeira parada foi Boa Vista (RR), a apenas 760 km da fronteira dos dois países. A garçonete mudou-se para o interior de São Paulo depois de apenas dois anos e lembra como foi o processo. “Vim através de um conhecido, ele disse que era ótimo trabalhar aqui. Então eu e meu marido dissemos que íamos dar uma olhada. Foi ótimo, aos poucos estamos conseguindo nossas coisas.” A garçonete venezuelana Maria Morillo Ribeiro encontrou um local para iniciar a reprodução/EPTV em Preto, SP Maria conta que no início foi sozinha, mas a intenção era trazer a família. Atualmente, sua mãe e irmã moram em Brasília (DF) e já estão empregadas. Agora, ela está esperando para trazer sua outra irmã. Além da família, a garçonete revela que quer trazer amigos para o Brasil e esse parece ser um sentimento comum entre os imigrantes, segundo ela. Castillo identificou os mesmos passos de Maria. Ficou nove meses em Roraima e decidiu vir para o interior, onde abriu uma barbearia, onde já havia trabalhado na Venezuela. “Começou com meu salão muito fraco, mas depois, aos poucos, comecei a investir em barbearias, para dar mais oportunidades aos meninos, porque, querendo ou não, eles também estavam em uma situação difícil na Venezuela”. No salão estão Castillo e outros cinco barbeiros, todos venezuelanos. Assim como ele, que trouxe toda a família e já tem um filho brasileiro, outros funcionários também puderam trazer seus parentes. O barbeiro venezuelano Ramon Alberto Granado Castillo Ribeiro cria sua própria barbearia em Preto, SP Reprodução/EPTV Bem-vindo e Gratidão O empresário Osvaldo Amaral é dono da cafeteria onde Maria trabalha. Além de acolher os clientes interessados na história da garçonete, a sensação de ajudar os imigrantes é gratificante para ela. “Conhecer a história que eles estão passando é gratificante para nós. São pessoas comprometidas, trabalham muito e com certeza estão aqui trabalhando conosco. Começam hesitante e ficam até o fim com esforço e dedicação.” O venezuelano Ribeiro abre uma barbearia em Preto, SP, e contrata mais seis profissionais da Reprodução/EPTV de seu país.