Gilmer Sampaio da Silva, 50 anos, foi mordido por um cachorro e morreu após 20 dias internado. Este é o primeiro caso confirmado de raiva no Tocantins desde 2017. Gilmar Sampaio morre de raiva humana Arquivo pessoal Após sete anos sem casos de contaminação por raiva humana, o Tocantins registrou uma morte pela doença do empresário Gilmar Sampaio da Silva, 50 anos, contraído na cidade de Alvorada, no sul do estado. A família acredita que ele foi infectado por uma mordida de cachorro. 📱 Cadastre-se no canal g1 TO no WhatsApp e receba novidades no seu celular A taxa de mortalidade desta doença infectada por vírus é alta e evolui rapidamente. Após a detecção do caso, o governo do estado reforçou o sistema de imunização no município. Veja o que se sabe sobre o caso: Contaminação em fazenda A família acredita que a contaminação pelo vírus da raiva ocorreu no dia 2 de outubro, quando o empresário visitou sua propriedade rural e encontrou um cachorro que não era nativo. O sobrinho do comerciante, Roberto Sampaio, disse ao g1 que o tio queria pegar o animal e levá-lo para a cidade para ver se alguém o adotaria, mas foi mordido ao tentar colocá-lo no caminhão. Segundo a família, após serem mordidos, todos os cachorros da fazenda desapareceram. Sintomas semelhantes aos da gripe e suspeita de acidente vascular cerebral Vítima humana de raiva morre no hospital 20 dias depois. Cerca de 15 dias após ser picado, Gilmer começa a apresentar sintomas semelhantes aos da gripe. Havia suspeita de que ele tivesse sofrido acidente vascular encefálico (AVC), pois havia prejuízos na locomoção e na fala. O exame clínico não revelou acidente vascular cerebral, mas os sintomas pioraram mesmo após ele estar em observação. Como Gilma não consegue falar direito, Roberto leva tio, tia e primos para uma consulta neurológica. Foi durante uma conversa informal que o incidente da mordida de cachorro foi mencionado, levantando a suspeita de raiva, segundo o sobrinho. Gilmar Sampaio, que atrasou o início do tratamento, foi ao Hospital Regional da Alvorada no dia da picada, mas não recebeu tratamento nem a vacina antirrábica. Ele foi instruído apenas a lavar a ferida. “Ele foi na farmácia, comprou uma pomada, fez ali tratamento asséptico, lavou, passou álcool”, comentou o sobrinho. Gurupi deu entrada no hospital no dia 22 de outubro. Segundo a filha Marlee Mariani Sampaio Mendes, a família sabia da gravidade da raiva humana. “O tempo todo os médicos falavam que a doença era muito grave, mas com o passar dos dias meu pai foi respondendo muito bem, ele estava estável na UTI, então fomos construindo expectativas”, disse. Sobre a falta de atendimento prestado a Gilmer na Regional Alvorada no dia em que foi picado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) disse não ter sido informada sobre o atendimento que o paciente recebeu e ressaltou que não tolera qualquer atitude. Ao contrário dos cuidados humanitários (ver nota no final do relatório). Além disso, Gilmer passou por protocolos internacionais pré-estabelecidos pelo Ministério da Saúde, administrando inclusive medicamentos especiais de origem norte-americana. “Começou com quatro comprimidos, oito, depois subiu para dezesseis. Mas ele piorou depois de tomar esse medicamento, porque durante todo esse tempo seus sinais vitais estavam estáveis, sua saturação estava 100%, sua pressão arterial estava 12 acima de oito, sua os rins estavam funcionando perfeitamente”, explicou o sobrinho. A equipe médica do hospital está sendo assessorada pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) de Atlanta, na Geórgia (EUA). Mas, apesar dos esforços, Gilmer morreu no domingo (10), após 20 dias internado. A partida foi na tarde desta segunda-feira (11). Reforço da vacinação contra a raiva Após a morte do governo que tentava aumentar o controle da raiva no Sul do estado, o governo do estado reforçou a vacinação em Alvorada. Equipes técnicas da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) e da SES estiveram no Alvorada na sexta (8) e na segunda (11) avaliando riscos de poluição. Um relatório será divulgado ao público assim que for finalizado. A SES informou que emitiu um ofício circular a todos os secretários municipais de saúde, com informações sobre os casos de raiva registrados no município e orientações pertinentes sobre a doença e cuidados preventivos. Como a doença se espalha A raiva humana é causada por um vírus comumente encontrado em morcegos hematófagos, o que significa que se alimentam de sangue. Em Gilmer, segundo a Secretaria de Saúde do estado, foi detectada a variante AgV 3 transmitida por morcegos. Extremamente letal, pode ser transmitida ao homem através do contato com saliva e secreções de mamíferos infectados, incluindo cães, gatos, macacos, bovinos, suínos, além dos próprios morcegos, entre outros. Nota completa da Secretaria de Estado de Saúde A Secretaria de Estado de Saúde (SES-TO) informou que já emitiu ofício circular a todos os secretários municipais de saúde, contendo informações e orientações relevantes sobre raiva no município de Alvorada. Informações sobre doenças e cuidados preventivos. A SES-TO destaca que as medidas preventivas incluem a vacinação antirrábica, que no Tocantins, a última foi realizada de dezembro de 2023 a fevereiro de 2024, vacinando 303.841 animais com 85% de cobertura, e a recomendação para que os municípios sigam a vacinação até 100% de os animais são vacinados. Além disso, são necessárias prevenção, profilaxia oportuna e rápida para pacientes infectados por mamíferos, bem como acompanhamento detalhado pela equipe de saúde para verificar alterações no quadro clínico. A SES-TO esclarece que não foi informada sobre o atendimento prestado ao paciente Gilmer Sampaio da Silva no Hospital Regional da Alvorada e indica que não tolera qualquer atitude afastada do atendimento humanizado e dentro dos protocolos estabelecidos pela Saúde Única. Sistema Único de Saúde (SUS) e qualquer pessoa pode se manifestar por meio da Ouvidoria do SUS, canal seguro para relatar reclamações e elogios ao atendimento e acolhimento recebidos nas unidades sob sua gestão. Os contatos são: (63) 3218-2025 ou 0800 64 27200. As reclamações podem ser feitas de forma confidencial e todas elas estão abertas a investigação e ação legal apropriada Veja mais notícias da região no G1 Tocantins.

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