SÃO PAULO – A plataforma de mídia social X se tornou acessível a muitos usuários no Brasil na quarta-feira, quando uma atualização em sua rede de comunicações contornou uma ordem de bloqueio do Supremo Tribunal Federal do país.
No mês passado, após uma disputa de meses entre o proprietário do X, Elon Musk, e o juiz brasileiro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal ordenou que as operadoras de telefonia móvel e internet do Brasil bloqueassem a plataforma, e os usuários foram desconectados em poucas horas.
Mas os brasileiros voltaram à plataforma na quarta-feira, com alguns comemorando o que chamaram de uma manobra de Musk para desrespeitar a lei.
Mas X disse mais tarde que uma troca de operadora resultou em “uma restauração inadvertida e temporária do serviço” para usuários brasileiros.
A equipe de Assuntos Globais da X, em uma publicação na plataforma de mídia social, disse que a mudança foi motivada pelo desligamento, pois isso significava que certa infraestrutura para o resto da América Latina não estava mais acessível.
O acesso dos brasileiros à plataforma, no entanto, provavelmente será bloqueado novamente em breve, acrescentou X.
A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) explicou que a atualização X encaminhou alguns usuários brasileiros por meio de serviços de nuvem de terceiros fora do país, permitindo que eles acessassem a plataforma mesmo sem uma rede privada virtual (VPN).
A agência reguladora de telecomunicações do Brasil, Anatel, está trabalhando para notificar os provedores de rede de distribuição de conteúdo e as empresas de telecomunicações para bloquear novamente o acesso ao X no Brasil, embora não esteja claro quanto tempo levará para que os provedores cumpram a ordem, de acordo com uma pessoa familiarizada com a situação.
Qualquer ordem revisada da Anatel, responsável por implementar a decisão judicial, precisará ser redigida com cuidado, disse Basilio Perez, membro do conselho da Abrint.
Bloquear o acesso à nuvem é complexo e pode colocar em risco agências governamentais e provedores de serviços financeiros, acrescentou. REUTERS