Valdemar e Marcelo Camara são dois dos 40 políticos, militares e servidores indiciados pela PF no caso. O desembargador Sandro Vieira, afastado pelo CNJ, também será ouvido. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, chegou à Polícia Federal, em Brasília, no início da tarde desta quinta-feira (12), para prestar depoimento na investigação sobre a organização de um golpe para impedir o poder do presidente Luiz Inácio Lula. Da Silva, eleito em outubro de 2022. O ex-presidente Jair Bolsonaro, também investigado na investigação, é do partido de Valdemar. Além do presidente do PL, prestarão depoimento nesta tarde: Marcelo Camara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro; e o juiz federal Sandro Nunes Vieira, destituído do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo o relatório da PF, Valdemar Costa Neto é acusado de apoiar e financiar contestações à integridade das urnas eletrônicas e de desempenhar papel central na disseminação de dúvidas sobre o sistema eleitoral. A PF detalha os réus, um coronel reformado, importante propagandista da narrativa golpista e apontado pela Justiça como participantes ativos nos esforços para reverter o resultado das eleições de 2022 (TSE) de 2019 a agosto de 2022. Segundo a PF, o juiz agiu de forma “ilegal e velada” ao aconselhar o PL a redigir um documento contendo denúncias e argumentos infundados contra as urnas eletrônicas. O indiciamento da PF indica que a corporação viu informações suficientes para cogitar o envolvimento de Bolsonaro e seus ex-assessores na trama golpista. O relatório com a denúncia foi apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, deverá enviar o material para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). Se a PGR constatar que há material suficiente, poderá apresentar queixa contra os envolvidos na Justiça. Se a denúncia for aceita pelo STF, Bolsonaro e seus assessores serão réus. Mais três acusados ​​Inicialmente, a PF havia acusado 37 pessoas. Nesta quarta-feira, ele anunciou o indiciamento de mais três, todos militares. Aparecido Andrade Portella — Alternativa à senadora Teresa Cristina (PL-MS), que foi ministra da Agricultura no governo Jair Bolsonaro. Entenda a participação de cada pessoa segundo Reginaldo Vieira de Abreu Rodrigo Bezerra de Azevedo PF: Aparecido Andrade Portela Aparecido Andrade Portela, militar da reserva e deputado da senadora Teresa Cristina (PL-MS), policial federal acusado de ser intermediário entre o governo de Jair Bolsonaro e os financiadores dos protestos antidemocráticos. Ele visitou pelo menos 13 vezes o Palácio da Alvorada em dezembro de 2022, com o qual trabalhou em Neok (MS) na década de 1970, usando o código “churrasco” em mensagens para se referir ao golpe de Estado. Ele observou que os financiadores exigiam a implementação de “rachaduras institucionais” após as contribuições de recursos, referindo-se a estes montantes como “contribuições de carne”. Além da arrecadação de recursos, Portella orientou estratégias de ação para o movimento golpista e manifestou preocupação por não ser identificado como organizador das atividades criminosas de 8 de janeiro de 2023. As mensagens enviadas a Mauro Cid incluem prints de publicações com informações sobre os golpistas, destacando seus temores. Ao ser entrevistado pela PF, Portella exerceu o direito de permanecer calado. No entanto, os investigadores destacam que suas mensagens e visitas frequentes ao Palácio da Alvorada indicam sua participação ativa na organização de atividades golpistas. Reginaldo Vieira de Abreu Reginaldo Vieira de Abreu, coronel do Exército e então secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência, chefe de gabinete de Mário Fernandes, é acusado de espalhar confusão sobre o sistema eleitoral. Chegou a levar um hacker à sede da PF em Brasília para formalizar falsas acusações contra urnas eletrônicas. A investigação indicou que Vieira manipulou relatórios das Forças Armadas para se alinhar com informações falsas publicadas pelo argentino Fernando Cerrimido. Ele usou o termo “rataria” para se referir aos participantes da reunião secreta e argumentou que o relatório era “pelo menos consistente com as mentiras publicadas”. Vieira também prestou informações sobre o deslocamento do ministro Gilmar Mendes em novembro de 2022, durante o qual estava sendo elaborado o golpe de Estado que previa a prisão do ministro. A PF identificou que Vieira imprimiu um documento intitulado “Escritório de Crise” no Palácio do Planalto, que seria usado para assessorar Bolsonaro após o golpe. Assim como Portella, Vieira optou pelo silêncio durante seu depoimento. Rodrigo Bejera de Azevedo Rodrigo Bejera de Azevedo, major do Exército e integrante do Comando de Operações Especiais (COPESP), é acusado de ser o núcleo operacional do plano de assassinato do ministro Alexandre de Moraes. O codinome “Brasil” estava vinculado a um número de telefone que ele usava para operações secretas. A análise dos dados telefônicos mostrou que dispositivos vinculados ao codinome “Brasil” foram localizados próximos à residência de Azevedo, em Goiânia, após a data da tentativa de assassinato, demonstrando sua ligação com a operação criminosa. Ele admitiu usar telefones celulares e chips anônimos, uma prática comum em missões militares sensíveis. A PF apurou que foram feitas ligações por Azevedo para contas bancárias abertas de forma fraudulenta em nome de terceiros. Um desses números estava cadastrado no aplicativo Signal do celular do general Mário Fernandes, que mostrava ligações com outros integrantes da organização criminosa. Azevedo afirma que o celular utilizado na ação foi encontrado em uma das salas da Copesp e que ele o utilizou sem saber de seu envolvimento anterior. Ele disse que o aparelho foi quebrado e sucateado em 2023, mas a PF considera que as evidências apontam para seu envolvimento direto na trama golpista.

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