CIDADE DO MÉXICO – A Câmara Baixa do Congresso do México deve abrir o debate na terça-feira sobre uma polêmica reforma judicial e deve aprovar a legislação no final da semana, disse Ricardo Monreal, líder do partido governista na câmara, no domingo.

A reforma judicial, proposta pelo presidente cessante Andrés Manuel López Obrador e apoiada pela presidente entrante Claudia Sheinbaum, desencadeou uma greve de trabalhadores do judiciário, prejudicou as relações com os Estados Unidos e assustou investidores estrangeiros.

A espinha dorsal da reforma constitucional veria mais de 7.000 juízes e magistrados eleitos por voto popular. Ela reduziria o número de juízes na Suprema Corte de 11 para 9, e encurtaria seus mandatos de 15 para 12 anos. Ela também criaria um novo órgão para supervisionar juízes.

Os defensores da reforma dizem que ela é necessária para abordar o alto nível de impunidade no México para crimes violentos.

Monreal disse no domingo que os legisladores debateriam e votariam na reforma na terça e quarta-feira e então enviariam a legislação ao Senado. O partido governista Morena e seus aliados detêm uma supermaioria de dois terços na câmara baixa e estão a apenas uma cadeira de distância no Senado.

No domingo, estudantes universitários e funcionários do judiciário protestaram em frente à sede do Senado em oposição às medidas.

Obrador diz que as reformas são necessárias porque o sistema judicial “não está a serviço do povo” e, em vez disso, “responde aos interesses do crime organizado”.

Mas especialistas dizem que grande parte dessa impunidade é motivada por promotores, policiais e procuradores-gerais estaduais, que têm recursos limitados e cujos escritórios são frequentemente infestados de corrupção. Essas entidades não seriam afetadas pela reforma judicial.

Os sindicatos que representam os trabalhadores judiciais dizem que as mudanças propostas atropelariam os direitos trabalhistas e que a eleição popular de juízes corre o risco de permitir que interesses especiais – incluindo grupos criminosos – tomem o controle do judiciário. REUTERS

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