MOSCOU – O Ocidente está perseguindo abertamente jornalistas russos, disse o presidente Vladimir Putin em comentários publicados em 2 de setembro, dias depois de Moscou proibir dezenas de jornalistas americanos de entrar no país.
“Para se esconder de fatos inconvenientes, de informações verdadeiras, o Ocidente, que se considera o padrão de liberdade, lançou uma perseguição aberta contra correspondentes russos”, disse Putin ao jornal mongol Onoodor na véspera de sua visita ao país, de acordo com uma transcrição fornecida no site do Kremlin.
As suas declarações surgiram depois de Moscovo ter dito, a 28 de Agosto, que era proibindo a entrada na Rússia de 92 cidadãos dos EUAincluindo jornalistas, advogados e os chefes do que disse serem empresas militares-industriais importantes, sobre o que descreveu como postura russofóbica de Washington.
Também se seguem a anos de supressão da comunicação social independente pelo Kremlin e ao rápido bloqueio por Moscovo de vozes dissidentes nos meios de comunicação social de língua russa no início de A invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
O Sr. Putin disse que na Rússia a mídia é livre.
“O único requisito para eles é a conformidade com a legislação russa”, disse ele. “Correspondentes estrangeiros credenciados em nosso país devem entender isso.”
A Rússia frequentemente acusa os países ocidentais de impor restrições injustas à sua mídia no exterior, incluindo proibições de alguns veículos de notícias apoiados pelo Estado.
O Sr. Putin disse ao jornal mongol que jornalistas russos enfrentam “censura direta” em quase todos os países ocidentais.
“A única coisa que nossa mídia faz é transmitir de forma convincente o ponto de vista russo sobre os atuais problemas e processos modernos que ocorrem no mundo”, disse Putin.
Em maio, legisladores russos aprovaram um projeto de lei dando aos promotores poderes para fechar agências de mídia estrangeira em Moscou se um país ocidental for “hostil” à mídia russa.
Washington impôs sanções contra algumas estações de TV russas estatais, que, segundo ele, espalharam desinformação para reforçar a guerra da Rússia na Ucrânia. REUTERS