PEQUIM – As ações de algumas construtoras chinesas caíram em Hong Kong depois que ficaram inacessíveis aos investidores no continente, marcando outro revés para o setor em dificuldades.
As ações da Shimao Group Holdings caíram até 30 por cento em 10 de setembro, a maior queda em mais de um ano, depois de terem sido retiradas do programa Stock Connect que liga as bolsas de Xangai e Shenzhen à bolsa de Hong Kong. A Cifi Holdings Group e a Sino-Ocean Group Holding afundaram mais de 20 por cento cada, enquanto um indicador da Bloomberg Intelligence de desenvolvedores chineses caiu até 5,3 por cento para o menor nível desde abril.
O programa Stock Connect está aberto a investidores institucionais e indivíduos com pelo menos 500.000 yuans (S$ 91.700) de ativos em contas de corretagem.
As remoções são o golpe mais recente para as ações imobiliárias da China em meio a uma crise imobiliária em andamento. A queda do mercado imobiliário residencial do país se aprofundou em agosto, apesar dos esforços do governo para dar suporte ao mercado, enquanto a redução nas vendas de construtoras como a Country Garden Holdings também pesou no sentimento.
“As dificuldades das empresas imobiliárias com a reestruturação da dívida e os desafios estruturais do setor que dificultam a recuperação das vendas sugerem os riscos de que a remoção do Stock Connect possa ocorrer de uma vez por todas”, disse a analista da Bloomberg Intelligence, Kristy Hung.
Enquanto isso, as ações do Alibaba Group Holding subiram até 5,2 por cento em Hong Kong após serem adicionadas ao programa Stock Connect. Investidores chineses também compraram HK$ 4,2 bilhões (S$ 703 milhões) em ações de Hong Kong em menos de uma hora de negociação.
Espera-se que o Alibaba atraia cerca de US$ 20 bilhões em ingressos no ano que vem e os investidores do continente provavelmente construirão uma participação de mais de 10%, de acordo com a Bloomberg Intelligence.
As ações tiveram desempenho inferior ao do mercado nos últimos anos, devido ao fraco consumo e à repressão de Pequim à indústria de tecnologia, com suas ações listadas em Hong Kong caindo mais de 70% em relação ao pico de 2020.
Alibaba relatou no mês passado uma queda de 29 por cento nos lucros trimestrais, citando a lenta atividade do consumidor chinês. BLOOMBERG, AFP