TÓQUIO – As fábricas asiáticas, incluindo o setor manufatureiro da China, mostraram sinais de uma recuperação hesitante em agosto e os fabricantes de chips se beneficiaram da demanda firme, mostraram pesquisas privadas em 2 de setembro, mas ventos contrários na economia se aproximam.

Analistas dizem que as perspectivas de desaceleração do crescimento dos EUA, o que provavelmente levará a cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve neste mês, e a incerteza sobre o resultado da eleição presidencial dos EUA obscurecem as perspectivas econômicas.

O índice de gerentes de compras (PMI) industrial global Caixin/S&P da China subiu para 50,4 em agosto, de 49,8 em julho, mostrou a pesquisa privada em 2 de setembro, superando as previsões dos analistas e ultrapassando a marca de 50 que separa crescimento de contração.

A leitura, que abrange principalmente empresas menores e voltadas para a exportação, mostra uma visão mais otimista do que uma pesquisa oficial do PMI divulgada em 31 de agosto, que indicou um declínio contínuo na atividade manufatureira em agosto.

A atividade fabril na Coreia do Sul e em Taiwan também se expandiu em agosto, enquanto o Japão viu uma taxa mais lenta de contração devido em parte à sólida demanda global por semicondutores.

Os fabricantes japoneses também lucraram com a recuperação na produção de automóveis depois que um escândalo de segurança levou algumas fábricas a suspender temporariamente a produção.

Mas a atividade manufatureira se contraiu na Malásia e na Indonésia, mostraram as pesquisas, ressaltando o sofrimento que algumas economias da região estão enfrentando devido à desaceleração prolongada da China.

“Os países produtores de chips estão se saindo muito bem, mas a desaceleração da China continuará a prejudicar a atividade manufatureira da Ásia por algum tempo”, disse Toru Nishihama, economista-chefe de mercados emergentes do Dai-ichi Life Research Institute.

“A desaceleração da demanda dos EUA pode aumentar a dor nas economias asiáticas, muitas das quais já estão cautelosas com as consequências do lento crescimento chinês”, disse ele.

O PMI industrial final do Japão, do Jibun Bank, subiu para 49,8 em agosto, contraindo pelo segundo mês consecutivo, mas menos acentuadamente do que em julho, quando o índice atingiu 49,1.

O PMI da Coreia do Sul ficou em 51,9 em agosto, acima dos 51,4 em julho, devido em parte à forte confiança do consumidor e aos novos pedidos no mercado interno, mostrou a pesquisa privada.

O PMI da Malásia ficou em 49,7 em agosto, estável em relação ao mês anterior, enquanto o da Indonésia caiu de 49,3 em julho para 48,9, mostraram as pesquisas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê um pouso suave para as economias da Ásia, já que a inflação moderada cria espaço para os bancos centrais aliviarem as políticas monetárias para dar suporte ao crescimento. Ele prevê que o crescimento na região desacelere de 5% em 2023 para 4,5% neste ano e 4,3% em 2025. REUTERS

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