O tema do trauma psicológico pode ser explorado no cinema de diversas maneiras. Na maioria das vezes, o cenário é um drama familiar em que a dor não resolvida emerge como negligência dos pais ou abuso de drogas.

Hoje em dia, o gênero de terror é o meio preferido para explorar os efeitos do luto ou da depressão, como visto em The Babadook (2014) ou Hereditary (2018).

Smile e sua sequência, que tem uma história independente – exceto por uma cena de abertura breve e sombriamente cômica que serve como tecido conjuntivo entre os dois filmes – também usa o terror para falar sobre trauma.

O roteirista e diretor americano Parker Finn empresta muito de filmes de terror. Há um assassino à solta, só que ele vive dentro de suas vítimas – fazendo com que elas prejudiquem outras pessoas, ou a si mesmas, de maneiras espetacularmente horríveis.

A pornografia sangrenta – convenhamos, é por isso que as pessoas assistem isso – é bem executada. As mortes são imprevisíveis e não só parecem dolorosas, mas também geram sentimentos de desconforto. Os espectadores podem se sentir como voyeurs em busca de emoções, o que se enquadra na ideia de que testemunhar o horror prejudica a alma de uma maneira que lembra uma possessão demoníaca.

Embora exista alguma tradição por trás do demônio que possui suas vítimas, tornando-as homicidas ou suicidas, Finn sabiamente opta por deixar a maior parte sem ser dita. Ele entende que qualquer explicação é um exagero – apontar para artefatos antigos, bonecos assustadores ou histórias sórdidas de cidades é um preenchimento irrelevante.

Em vez disso, ele mergulha na nova reviravolta do Smile 2. Skye Riley é uma diva pop nos moldes das artistas americanas Beyoncé, Taylor Swift ou Ariana Grande – o tipo com seguidores globais fanáticos porque ela é o pacote completo de canto e dança.

Skye tem tudo o que ela poderia desejar, exceto terapia, porque o tempo de inatividade custaria muito dinheiro à sua gravadora.

Scott (Aladdin, 2019; Charlie’s Angels, 2019) oferece uma atuação poderosa como Skye, talentosa e bonita, mas quebrada. O retrato arrepiante da atriz britânica sobre o que significa trabalhar até a morte sob o brilho dos holofotes é um lembrete de toda artista feminina perdida nas drogas e no suicídio.

Tomada quente: Scott coloca sua formação musical em uso impressionante como Skye, a diva aterrorizada por uma força demoníaca.

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