NOVA IORQUE – O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse em 18 de dezembro que continuava esperançoso de alcançar um cessar-fogo entre Israel e o Hamas em Gaza e prometeu usar o mês restante no cargo para alcançá-lo.
Blinken, no entanto, recusou-se a prever o sucesso depois de repetidas decepções nos esforços do seu governo para pôr fim a 14 meses de guerra brutal no território palestiniano.
“Olha, estou esperançoso. Você tem que ser. Vamos usar cada minuto de cada dia de cada semana que nos resta para tentar fazer isso”, disse Blinken, que deixará o cargo em 20 de janeiro.
“Mas não quero arriscar um palpite sobre qual é a probabilidade”, disse ele no Conselho de Relações Exteriores.
“Isso deveria acontecer. Isso precisa acontecer. Precisamos levar as pessoas para casa”, disse ele, referindo-se à libertação de reféns no âmbito de um acordo de cessar-fogo.
Blinken, repetindo uma avaliação feita na semana passada quando fez a sua 12ª visita ao Médio Oriente desde o início da guerra, disse que o Hamas estava a mostrar mais flexibilidade devido às perdas infligidas ao seu patrono, o Irão.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, tem enfrentado críticas da esquerda do seu Partido Democrata por não exercer maior influência sobre Israel, como reter mais milhares de milhões de dólares em armas dos EUA das quais depende.
Blinken repetiu a sua insistência em que o fim da guerra era do interesse de Israel e que era necessário haver um acordo sobre a governação pós-guerra, rejeitando os falcões israelitas que apoiam uma presença a longo prazo em Gaza.
“Se eles acabarem segurando o saco, enfrentarão uma insurgência durante anos. Isso não é do interesse deles”, disse ele sobre Israel.
“Portanto, Gaza tem de ser traduzida em algo diferente que garanta que o Hamas não esteja de forma alguma no comando, que Israel não tenha de estar, e que haja algo coerente que se segue”, disse ele.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, prometeu apoio irrestrito a Israel, mas também expressou vontade de garantir um acordo.
A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.208 pessoas, a maioria delas civis, segundo um cálculo da AFP baseado em números oficiais israelenses.
A ofensiva retaliatória de Israel em Gaza matou pelo menos 45.097 pessoas, a maioria delas civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território administrado pelo Hamas que as Nações Unidas consideram confiáveis.
Também reduziu grande parte do enclave palestiniano a escombros, deixando mais de 1,9 milhões de palestinianos – cerca de 90% da população de Gaza – deslocados, segundo dados das Nações Unidas. AFP
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