RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO – As autoridades brasileiras provavelmente aprovarão o restabelecimento do horário de verão após sua abolição há cinco anos, disseram diversas fontes familiarizadas com o assunto na quinta-feira, enquanto o país enfrenta uma grande seca que vem afetando seus esforços de geração de energia.

Uma seca prolongada forçou uma mudança de política em direção ao uso de usinas termoelétricas mais caras e importações de energia, o que está aumentando as contas de luz.

Apesar do crescimento da energia eólica e solar na maior economia da América Latina nos últimos anos, mais da metade do fornecimento de energia do Brasil ainda vem de usinas hidrelétricas.

A seca afetou algumas das maiores usinas hidrelétricas do país, incluindo duas alimentadas por um rio amazônico.

O nível dos reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste, principal área hidrelétrica do Brasil, deve terminar setembro abaixo de 50%, já que a região também recebe menos de 50% da precipitação média para esta época do ano.

O ex-presidente Jair Bolsonaro aboliu o horário de verão depois de assumir o cargo em 2019, alegando que ele não beneficiava mais o setor elétrico do país.

Ao adiantar os relógios em uma hora entre novembro e fevereiro, o objetivo do Horário de Verão brasileiro era aproveitar mais horas de luz do dia e economizar energia.

No entanto, as autoridades agora acreditam que restabelecê-lo poderia ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema de energia no final da tarde, quando o consumo está no pico, mas as usinas de energia solar param de gerar eletricidade quando o sol se põe.

“A inclinação é para aprovar”, disse uma das fontes. “Um estudo do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico do Brasil) servirá de base, mas essencialmente a decisão será política.”

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, já reconheceu que o retorno do horário de verão era uma possibilidade. Ele participará de uma reunião do comitê de energia ainda nesta quinta-feira e, em seguida, falará em uma entrevista coletiva.

Alguns setores comemoraram a possibilidade, enquanto outros provavelmente seriam impactados negativamente.

Bares e restaurantes apoiaram a medida, com a associação local Abrasel dizendo que a hora extra de luz do dia ajudaria a aumentar o número de clientes das 18h às 20h e poderia aumentar a receita mensal em 10% a 15%.

No entanto, adiantar os relógios em uma hora afetaria os horários dos voos, forçando as companhias aéreas a ajustar os horários de partida e chegada de seus voos e conexões, além de enfrentar custos adicionais para realocar as tripulações.

As fontes não sabiam quando o horário de verão entraria em vigor após a aprovação das autoridades.

“Os reservatórios (hidrelétricos) não estão tão baixos”, disse uma das pessoas. “Mas como estamos em uma seca severa e não sabemos o que nos espera, precisamos economizar água.” REUTERS

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