CIDADE DO MÉXICO – Comissões no senado mexicano estão debatendo a reforma judicial proposta pelo presidente Andrés Manuel López Obrador no domingo e votarão se devem enviá-la ao plenário do senado para um debate final.
A reforma prevê que mais de 7.000 juízes e magistrados, inclusive da Suprema Corte, sejam eleitos por voto popular e tem causado tensões nas relações com os Estados Unidos.
Os críticos temem que as modificações enfraqueçam um importante mecanismo de controle do poder executivo e prejudiquem o clima de negócios na segunda maior economia da América Latina, enquanto os defensores defendem o voto popular como parte da democracia mexicana e apontam o apoio às reformas em diversas pesquisas.
Durante o debate, a presidente da Suprema Corte, Norma Pina, pediu aos legisladores que ouvissem as propostas dos juízes antes de apoiar qualquer mudança.
“A demolição do sistema judiciário não é o caminho”, disse Pina em um discurso televisionado cercado por funcionários da Suprema Corte e do judiciário federal.
Trabalhadores do sistema judiciário, grupos civis e estudantes universitários que se opõem à reforma organizaram protestos de vários dias no Senado e em diversas cidades do país.
Outros manifestantes foram às ruas para mostrar apoio à reforma e ao presidente. Autoridades dizem que não houve incidentes relatados nos protestos.
López Obrador defendeu a reforma, argumentando que ela visava “acabar com a corrupção” no judiciário.
“Qual é o medo?”, ele perguntou durante um discurso em um evento público.
Se as comissões aprovarem a reforma, ela está programada para ir ao Senado pleno na quarta-feira, onde o partido governista e os aliados precisam de apenas um senador da oposição para aprovar a reforma. Senadores da oposição prometeram votar contra a medida.
A câmara baixa do México aprovou a reforma na quarta-feira após uma sessão maratona. REUTERS