SÃO PAULO – O Congresso do Brasil aprovou na sexta-feira um pacote fiscal proposto pelo governo que inclui medidas para conter gastos destinados a colocar as finanças do país em um caminho mais sustentável.

O Senado aprovou o final dos três projetos de lei contidos no pacote, limitando os aumentos do salário mínimo e endurecendo os critérios de elegibilidade para benefícios sociais para idosos e deficientes, numa votação de 42-31. Os legisladores da Câmara dos Deputados já haviam votado a favor dos projetos.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estava correndo para aprovar o pacote antes que o Congresso entrasse em férias na próxima semana. Dúvidas sobre se os legisladores iriam aprová-lo a tempo pesaram nos mercados locais nos últimos dias.

O pacote fiscal também proíbe a concessão de benefícios fiscais se as contas públicas enfrentarem um défice primário e impõe controlos mais rigorosos sobre certos mecanismos que permitem aos legisladores alocar fundos públicos.

Além disso, estabelece regras de elegibilidade mais rigorosas para um “bônus salarial” anual concedido a trabalhadores de baixa renda.

“Votámos para garantir que o quadro fiscal seja respeitado e a responsabilidade fiscal mantida”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira, acrescentando que as medidas não eram “definitivas”, mas melhorariam o cenário económico para 2025.

O governo vê o pacote fiscal anunciado no final de Novembro como fundamental para fortalecer um quadro fiscal aprovado no ano passado.

As questões em torno da capacidade do governo de controlar a crescente dívida pública e uma visão inicial de que o pacote fiscal era demasiado modesto abalaram os mercados nos últimos dias.

“A política fiscal está a ser reforçada. Mas está a acontecer de forma gradual, não como parte de um programa claro para equilibrar as finanças públicas e tranquilizar os investidores”, disse o economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, William Jackson.

O governo estimou inicialmente que as poupanças decorrentes do pacote fiscal atingiriam 71,9 mil milhões de reais (11,84 mil milhões de dólares) nos próximos dois anos.

No entanto, algumas das medidas inicialmente propostas pela administração Lula foram diluídas pelos legisladores, aumentando as preocupações fiscais que atingiram recentemente os mercados locais.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, minimizou o impacto das mudanças feitas pelo Congresso, dizendo que reduziriam as economias estimadas em apenas cerca de 1 bilhão de reais.

“Os ajustes feitos (pelo Congresso) não afetaram o resultado final. Chegamos a um resultado interessante em um curto espaço de tempo”, disse Haddad aos jornalistas, acrescentando que o governo precisa tornar a revisão dos gastos uma “rotina”. REUTERS

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