MADRI – A Espanha negou envolvimento nas negociações entre o líder da oposição venezuelana Edmundo González e o governo do presidente Nicolás Maduro para sua viagem à Espanha, antes da qual ele assinou uma carta dizendo que aceitava a vitória de Maduro nas eleições de julho no país.

A carta incluía um compromisso de limitar a atividade política na Espanha e foi assinada na residência do embaixador espanhol em Caracas, onde González havia se refugiado antes de sua partida.

Em uma entrevista coletiva na quarta-feira, o chefe da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodriguez, mostrou fotos impressas do que ele disse ser o momento em que o documento foi assinado, na presença dele, de sua irmã, a vice-presidente Delcy Rodriguez, e do embaixador da Espanha na Venezuela, Ramon Santos.

González, que recebeu asilo político na Espanha no início deste mês, disse em uma mensagem de vídeo divulgada na quarta-feira que a carta foi assinada sob “coerção, chantagem e pressão”.

Na quinta-feira, uma figura importante do Partido Popular (PP) da oposição espanhola disse que Madri foi cúmplice na remoção de González da Venezuela, garantindo assim que Maduro permanecesse no poder.

“Além de assistir alguém sendo chantageado ao vivo, está claro que a Espanha está envolvida na perpetuação de Maduro como ditador”, disse o vice-secretário do PP, Esteban Gonzalez Pons, em uma entrevista de rádio.

O Ministério das Relações Exteriores da Espanha respondeu que a Espanha não teve nada a ver com a carta ou com as negociações para a saída de González.

“Quando González pediu para ser recebido na residência do embaixador espanhol, ele teve a garantia de que poderia receber qualquer pessoa e tomar as providências que considerasse necessárias em relação à sua situação”, disse o comunicado.

“O ministro das Relações Exteriores deu instruções diretas ao embaixador para não interferir em nenhuma medida que o líder da oposição pudesse tomar.”

Gonzalez deixou a Venezuela após a emissão de um mandado de prisão acusando-o de conspiração e outros crimes após a eleição.

Tanto Delcy quanto Jorge Rodriguez são alvos de sanções e proibições de viagens da União Europeia desde 2018.

O conselho eleitoral nacional da Venezuela proclamou Maduro o vencedor da eleição presidencial de 28 de julho, provocando alegações de fraude e protestos generalizados, já que a oposição publicou apurações de votos on-line que, segundo eles, mostravam que Gonzalez havia vencido.

No início desta semana, um relatório da ONU disse que o governo de Maduro intensificou táticas repressivas para esmagar protestos pacíficos e manter o poder após a eleição disputada no país sul-americano. REUTERS

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