CINGAPURA – A AirAsia espera imitar o sucesso do Dubai na ligação ao mundo, mas num formato de baixo custo a partir de locais como Banguecoque e Kuala Lumpur, à medida que a companhia aérea económica procura ultrapassar os seus tumultuosos anos de pandemia.
O fundador Tony Fernandes prevê canalizar passageiros de conexão através dos aeroportos de Bangkok e Kuala Lumpur a caminho dos vários destinos que a AirAsia e seu braço de longo curso AirAsia X atendem. Fernandes disse que o ponto ideal da AirAsia são os voos com duração entre uma hora e meia e seis horas.
“O que estou tentando fazer, o que será a primeira vez no mundo, é criar um hub em Kuala Lumpur e Bangkok como Dubai e Qatar”, disse ele em entrevista na capital tailandesa. “Bangkok tem uma espécie de hub, Singapura obviamente tem, mas estes são hubs premium. Ninguém realmente fez um hub de baixo custo.”
A AirAsia foi duramente atingida pela pandemia de Covid-19 e foi forçada a reestruturar dívidas, despedir funcionários e devolver algumas aeronaves aos arrendadores. A capital A, controladora da transportadora, desistiu dos planos de listagem por meio de uma empresa de cheque em branco e, em vez disso, se fundirá com a unidade irmã AirAsia X e reduzirá seu capital social em US$ 1,4 bilhão (S$ 1,9 bilhão) para sair da classificação de dificuldades financeiras da bolsa de valores da Malásia.
Fernandes, em Banguecoque para a 22ª Conferência Global de CEOs da Forbes, prevê uma recuperação total no próximo ano e prevê que 2026 será o “ano dourado” da indústria. Os ventos contrários geopolíticos ajudaram a AirAsia, com mais viajantes optando por voar dentro da Ásia em vez de irem para os Estados Unidos ou a Europa, disse ele.
“Tivemos cinco anos de inferno. Mas estamos de volta e queremos crescer”, disse Fernandes. A empresa recontratou todos os 2.600 funcionários que demitiu durante a pandemia, acrescentou, e agora emprega 23 mil pessoas.
Além de trazer o tráfego de ligação através dos hubs planeados em Banguecoque e Kuala Lumpur, Fernandes também espera crescer adicionando mais tráfego para cidades secundárias, citando o exemplo dos voos de Chiang Mai para a China. Na semana passada, a AirAsia X iniciou a sua primeira incursão no continente africano – à medida que olha para além da Ásia em busca de crescimento.
Apesar dos problemas da cadeia de abastecimento e da escassez de aviões que prejudicam as transportadoras em todo o mundo, Fernandes disse sentir que a AirAsia tem aviões suficientes para crescer neste momento, acrescentando que também há capacidade suficiente no mercado de segunda mão. BLOOMBERG