ESTOCOLMO – O jornal de referência da Suécia, Dagens Nyheter (DN), disse em 15 de novembro que deixaria de publicar os seus artigos na plataforma de mídia social X de Elon Musk, citando um clima “severo e extremo”.

O anúncio do DN seguiu movimentos semelhantes esta semana por The Guardian da Grã-Bretanha e La Vanguardia da Espanha.

“Desde que Elon Musk assumiu, a plataforma tem se fundido cada vez mais com as ambições políticas dele e de Donald Trump, enquanto o clima no X se tornou mais severo e extremo”, disse o editor-chefe Peter Wolodarski em um artigo publicado no X.

“Portanto, não publicaremos nada de nossas contas oficiais por enquanto”, disse Wolodarski.

Musk tem gerado polêmica consistentemente com o uso do X, especialmente durante as recentes eleições presidenciais dos Estados Unidos, quando apoiou o candidato republicano vitorioso, Donald Trump.

O bilionário da tecnologia e teórico da conspiração de direita usou sua conta pessoal, com quase 205 milhões de seguidores, para influenciar os eleitores a favor de Trump.

Suas postagens incendiárias e enganosas foram criticadas por aumentar a temperatura política.

Musk também destruiu as equipes de confiança e segurança da X, reduziu os esforços de moderação de conteúdo e restaurou teóricos da conspiração conhecidos na plataforma desde que a comprou por US$ 44 bilhões (S$ 59 bilhões) em 2022.

A rádio pública sueca Sveriges Radio (SR) cessou as suas atividades na plataforma em abril de 2023, após a aquisição de Musk, dizendo que a plataforma então conhecida como Twitter tinha “mudado” e perdido relevância.

Essa medida seguiu decisões semelhantes das emissoras públicas dos EUA e do Canadá.

O maior tablóide da Suécia, Aftonbladet, também parou de publicar no X em setembro de 2023, priorizando a sua presença no TikTok, que também foi acusado de espalhar desinformação.

A editora de notícias do Aftonbladet, Karin Schmidt, chamou X de “plataforma perdida”.

“Ao contrário do X, penso que é importante estarmos no TikTok, onde podemos ser uma contracorrente às notícias falsas”, disse ela ao Dagens Nyheter. AFP

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