BRUXELAS (Reuters) – A migração dominará a cúpula da União Europeia na quinta-feira, com a Polônia pedindo uma posição da UE contra a Rússia e a Bielorrússia que usam migrantes como arma contra a UE e outros, pedindo leis mais rigorosas sobre o envio de volta de chegadas irregulares, disseram diplomatas.

Outros tópicos da agenda incluem líderes que reiteram o seu apoio inabalável à Ucrânia na sua defesa contra a invasão da Rússia e um apelo a um cessar-fogo e à redução das hostilidades no Médio Oriente, disseram diplomatas da UE.

Mas a discussão mais acalorada será sobre como lidar com os migrantes irregulares que chegam ao bloco de 27 países por terra, vindos do leste, e por mar, vindos do sul, no que a maioria dos governos da UE vê como um risco político e de segurança que está a alimentar a ascensão de movimentos populistas. e partidos de extrema direita e influenciar eleições.

“A migração será… um importante ponto de discussão”, escreveu o presidente da reunião, Charles Michel, numa carta-convite aos líderes da UE.

“Vamos… concentrar-nos em medidas concretas para prevenir a migração irregular, incluindo o reforço do controlo das nossas fronteiras externas, parcerias reforçadas e políticas de regresso reforçadas”, escreveu ele.

Os migrantes irregulares que chegaram à Europa no ano passado representavam menos de um terço do milhão visto durante a crise migratória de 2015. Nos primeiros nove meses deste ano, o número caiu ainda mais, para 166 mil, mostraram dados da agência fronteiriça da UE, Frontex.

Mas o número de pessoas que chegam à fronteira da UE com a Bielorrússia aumentou 192% em termos anuais entre Janeiro e Setembro, para 13.195, e o número de chegadas às ilhas Canárias espanholas, ao largo da costa ocidental de África, duplicou para 30.616, disse a Frontex.

Os diplomatas observaram que, embora o número de chegadas irregulares estivesse a diminuir, a percepção pública era diferente, alimentada pela indignação face a incidentes como o ataque com faca em Solingen, perpetrado por um perpetrador do Estado Islâmico na Alemanha, em Agosto.

A MIGRAÇÃO É A PRINCIPAL QUESTÃO POLÍTICA DA EUROPA

A migração tornou-se uma das principais prioridades políticas na maioria dos países da UE, disse um importante diplomata da UE, acrescentando que os políticos de direita enquadraram acontecimentos como Solingen como um fracasso no debate sobre a imigração.

“São os partidos populistas que usam o medo para transformar esta questão em algo que os ajude, e o resultado é que, para combater esta percepção, é realmente necessário fazer alguma coisa”, disse o alto diplomata da UE.

A Alemanha, receosa de uma reacção da opinião pública contra a migração irregular antes das eleições de Setembro próximo, introduziu controlos nas fronteiras com todos os seus vizinhos, suspendendo a liberdade da zona Schengen sem passaporte. França, Dinamarca, Suécia, Áustria, Itália e Eslovénia também introduziram controlos nas fronteiras.

A Polónia, que tem eleições presidenciais marcadas para Maio, quer suspender temporariamente os direitos de asilo dos migrantes que atravessam a fronteira da Bielorrússia, aliada da Rússia, numa medida que muitos consideram uma violação da Carta dos Direitos Fundamentais da UE.

Varsóvia diz que se inspira na Finlândia, que, confrontada com migrantes empurrados através da fronteira provenientes da Rússia, suspendeu esses direitos de asilo em Julho.

A UE acordou em Maio um novo conjunto de regras e processos para lidar com a migração, denominado Pacto de Migração, mas a sua plena implementação só deverá ocorrer em meados de 2026, deixando o bloco num complicado período de transição.

Para complicar ainda mais a situação, o Pacto de Migração não dispõe de instrumentos para lidar com a “transformação armamentista” da migração por parte de países como a Rússia, nem resolve a espinhosa questão do envio de volta de migrantes cujos pedidos de asilo foram rejeitados.

Numa reviravolta política em relação aos anos anteriores, a Comissão Europeia disse esta semana que iria propor que os migrantes que não têm o direito de permanecer na UE sejam enviados para “centros de retorno” em países fora da UE, com os quais o bloco fechará acordos. . REUTERS

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