Depois de completar seu serviço nacional na Marinha da República de Cingapura e se formar em biologia pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, ele se aventurou no mundo da moda sem nenhum treinamento formal.
Em 2014, ele teve seu primeiro contato com os holofotes da moda global, como um dos sete modelos internacionais escolhidos a dedo pela grife italiana Dolce & Gabbana para uma campanha publicitária.
Este momento pode ter sido o auge da carreira para muitos, mas para o Sr. Tan – então com 25 anos – foi simplesmente mais um trampolim numa jornada profissional eclética que mais tarde incluiria IPOs de tecnologia e empreendedorismo.
“Meus interesses sempre foram variados”, diz ele. “Quero inspirar as pessoas a terem a mente aberta e a não classificarem a si mesmas ou às suas identidades. Com determinação e curiosidade, você pode abraçar novos interesses ou carreiras, não importa aonde a vida o leve.”
Nesse mesmo ano, ele se tornou um dos primeiros membros da equipe da Garena – agora Shopee – a principal plataforma de comércio eletrônico de Cingapura.
Ele então voltou à moda, abrindo um showroom em 2018 que apresentou ao mercado asiático obras de designers aclamados como o belga Dries van Noten e o franco-americano Joseph Altuzarra.
“Eu gerenciava todas essas outras marcas, mas a certa altura percebi que não queria mais ser o cantor reserva”, diz ele. “Eu queria ser o líder.”
Com essa determinação, fechou seu showroom e fundou a Aupen em 2022, criando uma marca que refletisse sua própria visão. No entanto, sua jornada para o sucesso estava longe de ser tranquila.
“Quando apresentei os meus planos para Aupen às pessoas em Singapura, eles foram rejeitados por não serem ‘holísticos’. Lembro-me de amigos meus – até mesmo um editor-chefe de uma revista de moda – me dizerem que eu nunca conseguiria porque não tinha as qualificações certas”, diz ele.
“Espero que Cingapura perceba que temos talentos em nosso próprio quintal.”
Nos primeiros dois anos, ele operou na casa de sua avó, onde ela atuava como controladora de estoque. Ele projetou pessoalmente as sacolas e as vendeu diretamente em seu site.
“Não gostei de vê-la sozinha depois que meu avô faleceu, então perguntei se ela queria me ajudar com meus negócios. Isso deu a ela um senso de propósito e nos permitiu passar mais tempo juntos”, lembra ele com carinho.
Para ele, Aupen – uma mala de viagem de “autêntico” e “aberto” e pronunciado como “aberto” – incorpora um afastamento do design de acessórios tradicional ou orientado por tendências.
“Me inspiro em esculturas. Não creio que muitas bolsas sejam concebidas como esculturas quando são projetadas. Muitas vezes, as bolsas são projetadas em torno de tendências ou praticidade – o que cabe dentro?
“Para nós, é uma abordagem completamente diferente. Começamos com forma e arte, criando algo que é visualmente impressionante, mas ainda assim funcional”, diz ele.
Esta perspectiva escultural tornou-se a marca registrada de Aupen, assim como seus projetos arquitetônicos minimalistas.