KIGALI – Ruanda na sexta -feira rejeitou as acusações de que os rebeldes M23 apoiados por Kigali massacraram centenas de pessoas no leste da República Democrática do Congo em julho, dizendo que não havia evidências credíveis para apoiar as reivindicações.
A Reuters relatou pela primeira vez os assassinatos de agricultores no território de Rutshuru pelos rebeldes M23, citando descobertas do Escritório Conjunto de Direitos Humanos da ONU.
Detalhes adicionais sobre o massacre foram relatados pelo Grupo Human Rights Watch, com sede nos EUA, e pelo Alto Comissário da ONU para os direitos humanos.
“O governo de Ruanda rejeita firmemente as descobertas … alegando assassinato em massa de civis em Binza, território de Rutshuru da República Democrática do Congo por ‘M23 apoiado pela Força de Defesa de Ruanda'”, disse o governo de Ruanda em comunicado.
As acusações, dizem o comunicado, “não têm base de fato e não têm nenhuma evidência”.
Os rebeldes mataram pelo menos 319 civis, incluindo 48 mulheres e 19 crianças, em um ataque a quatro aldeias em Rutshuru de 9 a 21 de julho, disse Volker Turk, Alto Comissário da ONU para os direitos humanos, em 6 de agosto.
A maioria das vítimas era agricultor em seus campos quando foram atacados, segundo Turk. Em seu relatório, a Human Rights Watch disse que documentou pelo menos 140 mortes, mas que o número de vítimas pode exceder 300.
A violência persistente no Congo Oriental ameaça a visão do presidente dos EUA, Donald Trump, para a região, que é atormentada pela guerra há décadas e é rica em minerais, incluindo ouro, cobalto, coltan, tungstênio e estanho.
Um acordo de paz assinado em 27 de junho em Washington pelos ministros das Relações Exteriores congolês e ruandês exige que o Congo “neutralize” as forças democráticas para a libertação de Ruanda (FDLR), um grupo armado baseado no Congo que inclui restos do ex-exército de Ruanda e milícias que impulsionaram o genocida de 1994.
Ruanda há muito tempo nega ajudar o M23 e diz que suas forças a agirem em legítima defesa. Reuters