O ministro da Defesa da Rússia, Andrei Belousov, e o primeiro-ministro de Burkina Faso, Apollinaire J. Kyelem de Tambela, discutiram em Moscou a expansão dos laços militares, disse o Ministério da Defesa russo na terça-feira.
POR QUE É IMPORTANTE
Moscovo tem perseguido uma combinação de interesses militares, diplomáticos e económicos em África, competindo com o Ocidente pela influência depois da guerra da Rússia na Ucrânia ter desencadeado o maior confronto entre Moscovo e Washington em décadas.
Após a vitória esmagadora de Putin nas eleições presidenciais russas em Março, alguns jornais em África consideraram a reeleição de Putin como um reforço da posição do Burkina Faso, do Mali e do Níger.
Burkina Faso, sob liderança militar desde um golpe de Estado em 2022, acolheu contingentes da força mercenária Wagner, cujo fundador, Yevgeny Prigozhin, foi morto num acidente de avião em 2024.
Em Junho, a Rússia disse que estava a enviar fornecimentos militares adicionais e instrutores para o Burkina Faso para ajudar o país da África Ocidental a aumentar as suas capacidades de defesa e a combater o terrorismo.
PELOS NÚMEROS
Até agora, Moscovo investiu muito pouco em África, segundo dados das Nações Unidas. As suas exportações de armas para a África Subsariana diminuíram nos últimos anos, de acordo com dados de 2023 do Instituto Internacional de Investigação para a Paz de Estocolmo. Mas a Rússia ainda é o segundo maior fornecedor de armas para a região.
Na Cimeira Rússia-África de 2023, em São Petersburgo, Putin disse que Moscovo assinou acordos técnico-militares com 40 países africanos, o que potencialmente abre a porta a mais vendas de armas russas para a região.
CITAÇÃO CHAVE
“As relações Rússia-Burkina baseiam-se nos princípios do respeito mútuo, na consideração dos interesses de cada um e adquiriram uma dinâmica positiva nos últimos anos”, disse Belousov, citando o Ministério da Defesa russo, numa publicação na aplicação de mensagens Telegram. REUTERS