TÚNIS – Milhares de tunisianos marcharam nas ruas na sexta-feira para protestar contra o presidente Kais Saied, a quem acusam de tentar fraudar a eleição presidencial de 6 de outubro ao deter e intimidar seus rivais.

A marcha foi um dos maiores protestos do país em dois anos, desde que Saied começou a governar por decreto em 2021, em uma ação que a oposição descreve como um golpe.

Os manifestantes gritavam slogans como “Fora o ditador Saied” e “Sem medo, sem terror, as ruas pertencem ao povo”.

A comissão eleitoral eliminou em agosto três candidatos proeminentes da disputa, citando supostas irregularidades em seus registros de candidatura. O tribunal encarregado das disputas eleitorais ordenou que a comissão os reintegrasse em 2 de setembro, mas a comissão rejeitou a decisão.

Críticos dizem que Saied está usando a comissão eleitoral, cujos membros ele nomeou, para garantir a vitória sufocando a competição e intimidando candidatos. Saied nega as acusações, dizendo que está lutando contra traidores, mercenários e corruptos, e que não será um ditador.

A decisão da comissão de desafiar o tribunal significa que apenas três candidatos permaneceram na disputa: Saied, Zouhair Maghzaoui e Ayachi Zammel.

Zammel foi preso há 10 dias, acusado de falsificar assinaturas de eleitores em sua papelada, acusações que ele disse terem sido fabricadas por Saied. Ele enfrenta 25 processos judiciais sobre o assunto, e advogados dizem que ele pode ser forçado a sair da corrida

Os manifestantes exigiram a libertação de Zammel e de todos os presos políticos, ativistas e jornalistas detidos por criticar Saied.

“Estamos nas ruas para defender liberdades e direitos que estão em risco real”, disse Bassam Trifi, chefe da Liga dos Direitos Humanos, à Reuters.

“A comissão eleitoral deve respeitar a decisão do tribunal e acabar com as restrições contra candidatos. Caso contrário, significa uma eleição antidemocrática”, acrescentou.

Os principais partidos políticos, muitos dos quais os líderes estão na prisão, dizem que os anos de Saied no poder corroeram os ganhos democráticos da revolução de 2011 na Tunísia. REUTERS

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