De acordo com um relatório recente do Pew Research Center, os Estados Unidos acolhem quase um quinto dos imigrantes internacionais do mundo. A população nascida no estrangeiro nos Estados Unidos atingirá um recorde de 47,8 milhões em 2023, um aumento de 1,6 milhões em relação ao ano anterior. Isto representa o maior aumento anual em 20 anos.
Quem são os principais intervenientes?
Clique aqui para se conectar conosco no WhatsApp
De acordo com o relatório, atualizado em 27 de setembro, México, China e Índia estão entre os principais locais de nascimento de imigrantes que vivem nos Estados Unidos. “Os imigrantes representam hoje 14,3% da população dos EUA, um aumento acentuado em relação aos 4,7% em 1970”, observou o relatório. Esta é a percentagem mais elevada desde 1910, embora abaixo do pico de 14,8% em 1890.
O aumento da população nascida no estrangeiro pode ser atribuído a mudanças nas leis de imigração. Em 1965, o Congresso dos EUA mudou esta situação ao permitir um maior afluxo de imigrantes da Ásia e da América Latina, acelerando o crescimento que anteriormente tinha sido dominado pela imigração europeia.
“Estas mudanças legislativas, particularmente a Lei de Imigração e Nacionalidade de 1965, diversificaram significativamente as fontes de imigração”, destacou o relatório.
De onde vieram os imigrantes?
O México é o maior país com 10,6 milhões de mexicanos vivendo nos Estados Unidos, 6%, seguido pela China com 5%. Em termos de distribuição regional, os imigrantes asiáticos representam agora 28% do total da população imigrante, enquanto a América Latina (excluindo o México) contribui com 27%.
“Ao longo das últimas décadas, assistimos a uma mudança significativa nos países centrais, especialmente depois de 1965”, disse Jeffrey S. Passel, um dos principais investigadores do relatório.
Antes da mudança legislativa de 1965, as leis de imigração dos EUA favoreciam os europeus do Norte e do Ocidente. Tudo isto mudou depois de 1965, quando a América abriu as suas portas a mais imigrantes da Ásia e da América Latina. Entre 1840 e 1889, 90% dos imigrantes vieram da Europa. Hoje, esse número caiu para cerca de 12%, com o avanço da imigração de regiões como a Ásia e a América Latina.
Nos últimos anos, a imigração do México abrandou, com a percentagem do país na população imigrante dos EUA a cair de 29% em 2010 para 23% em 2022. Entretanto, a imigração indiana está a aumentar, com 145.000 pessoas a imigrar da Índia para os EUA só em 2022.
Situação Legal dos Imigrantes dos EUA
A maioria dos imigrantes nos Estados Unidos vive lá legalmente, de acordo com as conclusões do Pew. A partir de 2022:
49% eram cidadãos dos EUA
24% eram residentes permanentes legais
4% possuem status de residente temporário legal
23% eram imigrantes não autorizados
Em termos de imigrantes não autorizados, o seu número atingiu o pico de 12,2 milhões em 2007, mas desde então diminuiu para cerca de 11 milhões em 2022. Os mexicanos representam a maior parte desta população, embora o seu número tenha diminuído ao longo da última década, enquanto a percentagem de imigrantes não autorizados aumentou com os imigrantes de outras regiões, particularmente da Ásia.
Estado dominado por imigrantes
A população imigrante está amplamente concentrada em alguns estados. Em 2022, a Califórnia tinha o maior número de imigrantes, com 10,4 milhões de residentes, ou 23% do total nacional. Texas, Flórida e Nova York também abrigaram milhões de imigrantes. No geral, 63% da população imigrante dos EUA vivia em apenas 20 grandes áreas metropolitanas, sendo Nova Iorque, Los Angeles e Miami as principais cidades.
E quanto ao nível de escolaridade?
Os níveis de educação dos imigrantes variam amplamente com base no seu país de nascimento. Por exemplo, os imigrantes do Sul da Ásia, incluindo a Índia, são altamente qualificados, sendo que 72% possuem um diploma de bacharel ou superior. Entretanto, uma grande parte dos imigrantes do México (51%) e da América Central (46%) não concluiu o ensino secundário.
“Embora os imigrantes de países como o México e a América Central tenham um nível de escolaridade mais baixo, os de regiões como o Sul da Ásia têm maior probabilidade de ter diplomas mais elevados”, explicou Mohammad Moslimani, outro investigador envolvido no estudo.
Publicado pela primeira vez: 02 de outubro de 2024 | 15h12 É