ANCARA (Reuters) – A Turquia fará “tudo o que for preciso” para garantir sua segurança se a nova administração síria não conseguir resolver as preocupações de Ancara sobre os grupos curdos aliados dos EUA que considera grupos terroristas, disse o ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan, neste sábado.
A Turquia considera o YPG, o grupo militante que lidera as Forças Democráticas Sírias (SDF), aliadas dos EUA, como uma extensão dos militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que lutaram contra uma insurgência contra o Estado turco durante 40 anos e são considerados terroristas por Ancara. , Washington e a União Europeia.
As hostilidades aumentaram desde a derrubada de Bashar al-Assad, há menos de duas semanas, com a Turquia e grupos sírios que apoia tomando a cidade de Manbij das FDS em 9 de dezembro. procurar reter os ganhos políticos obtidos nos últimos 13 anos.
Numa entrevista à France 24, Fidan disse que a opção preferida de Ancara era que a nova administração em Damasco abordasse o problema de acordo com a unidade territorial, soberania e integridade da Síria, acrescentando que o YPG deveria ser dissolvido imediatamente.
“Se isso não acontecer, temos que proteger a nossa própria segurança nacional”, disse ele. Quando questionado se isso incluía ação militar, Fidan disse: “custe o que custar”.
Questionado sobre os comentários do comandante das FDS, Mazloum Abdi, sobre a possibilidade de uma solução negociada com Ancara, Fidan disse que o grupo deveria procurar tal acordo com Damasco, já que havia “uma nova realidade” lá agora.
“Esperamos que a nova realidade aborde essas questões, mas ao mesmo tempo, (o) YPG/PKK, eles sabem o que queremos. Não queremos ver qualquer forma de ameaça militar contra nós mesmos. Não o presente. um, mas também o potencial”, acrescentou.
Ancara, ao lado de aliados sírios, montou várias ofensivas transfronteiriças contra as FDS lideradas pelo YPG no norte da Síria, ao mesmo tempo que exigia repetidamente que o seu aliado da NATO, Washington, suspendesse o apoio aos combatentes.
As FDS apoiadas pelos EUA desempenharam um papel importante na derrota dos militantes do Estado Islâmico em 2014-2017 com o apoio aéreo dos EUA, e ainda protegem os seus combatentes em campos de prisioneiros. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, alertou que o grupo islâmico tentaria restabelecer capacidades neste período.
Fidan disse que não considerou o recente aumento de tropas dos EUA na Síria a “decisão certa”, acrescentando que a batalha contra o Estado Islâmico era uma “desculpa” para manter o apoio às FDS.
“Na luta contra o ISIS, só há uma tarefa: manter os prisioneiros do ISIS nas prisões, é isso”, disse ele.
Fidan também disse que o grupo islâmico Hayat Tahrir al-Sham, que invadiu Damasco para derrubar Assad, teve “excelente cooperação” com Ancara na batalha contra o Estado Islâmico e a Al-Qaeda no passado através do compartilhamento de inteligência.
Ele também disse que a Turquia não é a favor de que quaisquer bases estrangeiras, incluindo as russas, permaneçam na Síria, mas que a escolha cabe ao povo sírio. REUTERS
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