Onze oficiais militares nigerianos foram detidos brevemente em Burkina Faso depois que o avião deles fez um pouso de emergência no país, disseram fontes de segurança burquinenses à BBC.
O Ministro da Administração Territorial do país, Emile Jarbo, disse que a aeronave C-130 da Força Aérea entrou no espaço aéreo de Burkina Faso sem autorização na segunda-feira.
Numa declaração conjunta, os governos militares do Burkina Faso, do Mali e do Níger afirmaram que a sua investigação imediata confirmou “violações do seu espaço aéreo e da soberania dos seus estados membros”.
Mas a Força Aérea Nigeriana (NAF) disse que um problema técnico fez com que o avião, que se dirigia a Portugal, tivesse de fazer uma aterragem de segurança.
O comunicado acrescenta que a tripulação estava “segura e recebeu tratamento cordial das autoridades anfitriãs”. Não foi mencionado se eles foram detidos.
O avião pousou no oeste de Burkina Faso e em sua segunda maior cidade, Bobo-Doulasso. A NAF disse que esta era a localização do campo de aviação mais próximo quando a aeronave teve que fazer uma parada de emergência.
Mas o relato nigeriano do incidente contradiz a posição de um trio de países do Sahel, oficialmente conhecido como Aliança dos Estados do Sahel (AES), que afirma que o avião entrou no espaço aéreo do Burkina Faso sem autorização prévia e foi forçado a aterrar.
“Uma investigação dos serviços competentes do Burkina Faso foi imediatamente aberta e revelou a falta de autorização para este equipamento militar sobrevoar o território do Burkina Faso”, afirmou a AES num comunicado conjunto.
Classificou os desembarques como um “ato hostil” e disse que as respectivas forças aéreas dos países estavam em alerta máximo e autorizadas a “neutralizar qualquer aeronave” que violasse o espaço aéreo da confederação.
A bordo estavam dois tripulantes e nove passageiros, todos militares, segundo a AES.
As autoridades burquinenses disseram à BBC que os soldados foram libertados e autorizados a regressar à Nigéria.
No seu comunicado, a NAF afirma que os planos de retomada das missões em Portugal decorrem conforme planeado, garantindo ao público que a Força Aérea está comprometida com os procedimentos operacionais da aviação e as normas de segurança.
Analistas políticos associaram o incidente ao envio de tropas do bloco regional da África Ocidental, CEDEAO, para o Benim. Depois de uma tentativa de golpe no domingo.
A Nigéria liderou a missão regional para combater a insurgência no Benim, através do envio de jactos e tropas.
No início deste ano, três países liderados por militares – Burkina Faso, Mali e Níger – retiraram-se da CEDEAO devido a uma mistura de queixas políticas e de segurança.
Rejeitaram as exigências da CEDEAO para a restauração da governação democrática.
Os três países do Sahel distanciaram-se dos países ocidentais, especialmente da ex-governante colonial França, ao mesmo tempo que se aproximaram da Rússia.


















