A Organização Mundial da Saúde disse quinta-feira que a ajuda a Gaza ainda é “apenas uma fração do que é necessário”, enquanto a agência de saúde procura reconstruir o sistema de saúde da região.
O Diretor-Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a reconstrução da infraestrutura de saúde de Gaza poderia custar pelo menos 7 mil milhões de dólares, embora os fornecimentos humanitários estejam a aumentar.
A guerra entre Israel e Hamas, que já dura dois anos, está actualmente sob um cessar-fogo ao abrigo de um acordo mediado pelos EUA. As autoridades de saúde palestinianas estimam o número de mortos em Gaza em mais de 67.000, com quase um terço dos mortos com menos de 18 anos.
Tedros apelou à reabertura da passagem fronteiriça de Rafah, entre Gaza e Egipto. Actualmente, grandes quantidades de ajuda humanitária estão retidas e prontas para entrar em Gaza.
Quando Israel assumiu o controlo da fronteira de Rafah e fechou-a em Maio de 2024, a velocidade das entregas diminuiu pouco a pouco. Desde o fracasso do último cessar-fogo, em Março, menos de quatro pacientes saem de Gaza por dia.
A OMS afirmou que embora a “situação alimentar” de Gaza tenha registado alguma melhoria durante o actual cessar-fogo, mais de 600.000 pessoas ainda enfrentam níveis catastróficos de insegurança alimentar e são necessários mais esforços para reverter a crise.
Perspectiva ‘terrível’
Autoridades de saúde disseram que as perspectivas para o financiamento global no próximo ano eram “terríveis” e disseram esperar que mais de 14 milhões de mortes em todo o mundo poderiam ter sido evitadas como resultado dos cortes.
Os Estados Unidos retiraram-se da OMS no início deste ano, citando a alegada má gestão da pandemia da COVID-19 e outras crises de saúde globais por parte da agência.
A saída de um dos seus maiores doadores criou uma lacuna de financiamento multibilionária no orçamento da OMS para 2026-27, forçando a organização a cortar as despesas propostas em 21%. Reuters