PEQUIM (Reuters) – O primeiro-ministro da China, Li Qiang, propôs laços trilaterais mais estreitos com a Rússia e a Mongólia em uma reunião nesta quarta-feira com homólogos de seus vizinhos, realizada à margem de uma cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), informou a mídia estatal.
Os três tornaram-se mais próximos nos últimos anos, com a China e a Mongólia a estenderem o tapete vermelho este ano para o presidente russo Vladimir Putin, tal como Moscovo fez para o chinês Xi Jinping em 2023, antes de Pequim receber então o presidente da Mongólia.
“A China está pronta para trabalhar com a Rússia e a Mongólia para aumentar ainda mais a confiança mútua, fortalecer a coordenação e promover uma cooperação trilateral mais profunda”, disse Li, o segundo funcionário chinês, de acordo com a agência de notícias oficial Xinhua. .
Ele estava conversando com o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, e com o primeiro-ministro da Mongólia, L. Oyun-Erdene.
A Mongólia não é membro da SCO, um bloco de segurança da Eurásia liderado pela China, tendo optado, em vez disso, por ser um Estado observador desde 2004. Ainda assim, a China continua a empurrar gentilmente o seu vizinho mais pequeno para se juntar ao grupo de 10 nações.
O país rico em recursos e sem litoral também está cortejando autoridades dos Estados Unidos, que prometeram investir na sua mineração e na indústria pesada.
Mas Washington criticou a decisão de Ulaanbaatar de receber Putin em Setembro, ignorando um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional em Haia.
Tal mandado normalmente obriga os 124 países membros do tribunal, incluindo a Mongólia, a prender o presidente russo e a transferi-lo para Haia para julgamento, caso ele ponha os pés no seu território.
A Mongólia está na rota planeada de um grande gasoduto que a Rússia pretende construir para transportar 50 mil milhões de metros cúbicos de gás natural todos os anos da sua região de Yamal para a China.
Numa reunião separada com Mishustin, Li disse que a China está disposta a fortalecer os laços comerciais e energéticos com a Rússia, acrescentou a mídia estatal chinesa. REUTERS