A Polícia Federal verificou mensagens de um advogado acusado de intermediar a venda da sentença. Na conversa, ele nomeia os investigados e exige pagamento. Conversas obtidas pela Polícia Federal (PF) revelam como os acusados investigados pelo esquema de venda falaram abertamente sobre a transferência dos acusados para o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) e magistrados e familiares. Os envolvidos foram alvos da Operação Ultima Ratio, que resultou no afastamento de cinco juízes e na execução de 44 mandados de busca e apreensão. Algumas das mensagens identificadas pela PF foram encontradas no celular do advogado Félix Jaime da Cunha. Uma troca de mensagens em 6 de abril de 2021, por exemplo, contém fortes indícios de uma sentença de venda. Além de prever o desfecho, na conversa, Feliz da Cunha conta a um funcionário do TJ que aconteceu um “leilão maldito” e que “todo mundo quer mais que o outro”. Na reportagem, a PF relata a seguinte mensagem enviada por Félix sobre um julgamento: “Tenho um julgamento marcado hoje às 14h. Vou tomar medidas do TJ, vou mandar desafios 3×2… caramba… cada um quer mais do que os outros” investigadores. Ressaltou que, dois dias depois, Felix mandou uma mensagem e reforçou a decisão do TJMS. Bom, eu estava complementando um pagamento de um na terça, cara, ganhei 3 x 2 lá, Bolachinha, Marcoo e DiVonci , ah, que bom haha, Solito, aí, seu estou com raiva hoje, ontem terminei de pagar os meninos lá” A PF disse ainda que identificou grandes saques na conta do advogado nos dias 1, 5 e 6 de abril de 2021. No relatório Provas de Corrupção, os investigadores destacaram que Sergio Fernández Martínez, Divoncir Marán e Marcos José Rodríguez decidiram reverter as decisões de outros juízes e voltar às decisões onde já havia sido verificado um “erro de mérito do caso”. A decisão e as mensagens encontradas no celular do advogado, segundo a PF, são fortes indícios de que “a decisão tomada em 6 de abril de 2021 foi fruto da corrupção dos referidos desembargadores”. Além disso, a corporação destacou uma mensagem de abril de 2019, quando o advogado falava em “recolher o dinheiro do gordo” e destacava que estava sendo acusado. A mensagem de áudio transcrita pela PF dizia o seguinte: “Bom dia meu amigo Paolo. Paolo, que horas você vai se apresentar no Gordo’s aí, você já me ligou aqui. Durante as mensagens, Félix disse que pagou R$ 15 mil ao “Gordo”. Segundo a investigação da PF, a mensagem referia-se a um pagamento feito a Marcos Brito por decisão dele em 2 de abril de 2019. Em outra conversa, de 2016, o advogado recebeu mensagem do filho do desembargador Sidney Pimentel, garantindo negócio: “Chega hoje!! Garantido!! Por volta das 18h!! Vocês podem conversar com seus sócios até termos o controle!! Em nova Conversa apontada pela PF como sinal de possível discussão da decisão judicial, o advogado disse: “Esse é um prefeito barato. Vale a pena.” O interlocutor, que então seria o prefeito do município de Bodocena (MS), perguntou se seria possível parcelar. Félix Jaime da Cunha respondeu então: “Não prefeito, tem muita gente envolvida para fazer funcionar.” Os juízes de operação da Pf Sergio Fernandez Martins, Vladimir Abreu da Silva, Alexander Aguirre Bastos, Sidney Sonsini Pimentel e Marcos José de Brito Rodríguez foram afastados dos tribunais de Mato Grosso do Sul (TJMS) na manhã desta quinta-feira (24). e de acordo com a investigação da Polícia Federal, os crimes cometidos pelo grupo incluem: com a ajuda da Receita Federal, a Polícia Federal foi autorizada a realizar 44 buscas e apreensões contra eles, outros funcionários públicos, 9 advogados, como; bem como empresários suspeitos de lucrar com o esquema.