Hugo Motta oferece

Por um lado, o deputado Hugo Mota (Republicano), nome apoiado por Lira para a presidência da Câmara, já ofereceu o cargo de primeiro secretariado ao PT – uma espécie de “prefeitura” da Câmara, responsável por a gestão. Custos residenciais e aprovações de obras e reformas, por exemplo.

Motta se reuniu nesta terça-feira (8) com a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do partido, e apresentou a proposta ao atual líder do partido, Odair Cunha (MG).

A posição é melhor do que a ocupada pelos petistas na atual mesa, a Segunda Secretaria – que trata de questões de passaporte diplomático para deputados. Hoje, a cadeira é ocupada pela deputada Maria do Rosário (PT-RS).

No entanto, a Primeira Secretaria é, em teoria, um cargo inferior ao da Primeira Vice-Presidência – o primeiro cargo que substitui o Presidente e que elabora pareceres sobre projetos de resolução. Segundo deputados do partido essa função já foi prometida ao PL.

“Esse é o nosso acordo com Lira para apoiar o candidato dele”, disse o deputado Sostenes Cavalcante (PL-RJ), atual segundo vice-presidente da Câmara.

Partido de oposição, o PL é o maior partido da Câmara, com 99 deputados. Aliados de Mota argumentam que dificilmente o PT encontrará composição para assumir a primeira vice-presidência do PL.

Segundo deputados do Grupo Motor, o objetivo é atrair o apoio do PL e do PT para levar o deputado à vitória.
Oferta PSD e União Brasil

Por outro lado, o grupo de Antonio Brito (PSD) e Elmar Nascimento (União Brasil) tentou atrair o apoio da Federação PT ao propor a primeira vice-presidência. “Ou qualquer posição que o PT queira”, diz um aliado.

Elmer contou com o apoio de Lyra para sucedê-lo e sentiu-se traído pela nomeação de Hugo Motter. Com isso, decidiu fazer um acordo com Brito: ambos teriam que dar continuidade à candidatura para o segundo turno. Se for assim, eles querem se unir para derrotar Motta.

Segundo parlamentares associados a Elmer e Brito, a proposta do PT de assumir a primeira vice-presidência é mais favorável tanto para afastar o PL do cargo quanto para ter maior controle sobre as sessões do Congresso. Porque quem assume o cargo de Primeiro Vice-Presidente da Câmara passa automaticamente a ser Vice-Presidente do Congresso Nacional.

Além disso, aliados têm dito ao governo que, se um dos dois vencer, Lula finalmente terá a base de apoio “com que sonhou” na Câmara e que sempre esteve “ameaçada” durante o governo Lira.

Cálculos para escolha

Mas a alfaiataria não depende apenas dos candidatos. A escolha por um cargo no conselho depende de um cálculo que leva em conta tanto o tamanho do bloco quanto do grupo – uma espécie de quociente calculado pela secretaria-geral do conselho após a formação desses grupos, o que só acontece em fevereiro , antes da eleição da hora.

O maior bloco pode fazer o primeiro pedido de adesão ao conselho de administração. E, dentro de um quarteirão, o maior partido tem a escolha.

Portanto, não basta que um grupo ou outro se comprometa com o PT: o partido tanto de Mota como de Elmer e Brito deve ser capaz de garantir esse compromisso. Ou seja, cada partido deve garantir o maior bloco com os partidos que elegeram mais deputados.

“O cálculo é literalmente matemático”, disse um deputado que participou da discussão.

Por exemplo, o Grupo Motor deve, no seu bloco, Republicanos, PP e PL – garantindo, desde logo, um grupo de 186 deputados. No entanto, eles acreditam que podem ultrapassar a marca dos 300 MP.

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