WASHINGTON (Reuters) – A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse nesta terça-feira que os aliados do G7 e da União Europeia estão “muito perto” de finalizar um empréstimo de 50 bilhões de dólares à Ucrânia, apoiado por ativos russos congelados, com uma contribuição esperada dos EUA de cerca de 20 bilhões de dólares.

Yellen disse numa conferência de imprensa no início das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial que tem um elevado grau de confiança de que os activos soberanos russos, maioritariamente detidos na Europa, permanecerão imobilizados apesar da necessidade contínua de renovação do congelamento pela UE todos os anos. seis meses.

“Estamos muito perto de finalizar a parte dos EUA neste pacote de empréstimo de 50 mil milhões de dólares”, disse Yellen quando questionada sobre as negociações finais sobre o empréstimo que pretende ir à Ucrânia até ao final deste ano.

Ela enfatizou que a contribuição dos EUA seria reembolsada a partir dos rendimentos dos activos russos, e não pelos contribuintes dos EUA.

O candidato presidencial republicano, Donald Trump, prometeu “sair” da guerra Rússia-Ucrânia, sublinhando os planos dos aliados do G7 para finalizar o empréstimo antes das eleições de 5 de Novembro nos EUA.

Os legisladores da UE aprovaram na terça-feira o plano do bloco de usar ativos russos congelados para emprestar até 35 mil milhões de euros (38 mil milhões de dólares).

Ela disse que os EUA estão preparados para contribuir com cerca de 20 mil milhões de dólares para o empréstimo e que não há “nada significativo que ainda precise de ser resolvido”.

Os EUA pressionaram a UE para obter garantias mais fortes de que os fundos, detidos principalmente pela Euroclear na Bélgica, permaneceriam congelados por um longo período, mesmo se houvesse uma trégua que pusesse fim às hostilidades na Ucrânia. Isso reduziria o risco de os contribuintes dos EUA serem responsáveis ​​pelo reembolso do empréstimo.

Yellen disse que os EUA estavam preparados para aceitar que a UE manteria os activos congelados a longo prazo, especialmente tendo em conta o actual curso da guerra.

“Penso que as garantias já existem. Pedimos um ligeiro fortalecimento, mas sinto-me bem por este ser um empréstimo seguro que será financiado por activos russos, pela Rússia e não pelos contribuintes americanos”, disse Yellen.

Em comentários preparados, Yellen disse que já na próxima semana os EUA iriam revelar novas e fortes sanções destinadas a conter a máquina de guerra russa na Ucrânia, incluindo “intermediários em países terceiros que estão a fornecer à Rússia insumos críticos para as suas forças armadas”.

Ela recusou-se a entrar em detalhes sobre os objectivos das sanções, quando questionada se incluiriam sanções secundárias contra instituições financeiras.

As novas autoridades concedidas no ano passado numa ordem executiva presidencial para impedir aos bancos o acesso ao dólar se facilitarem transacções para entidades sancionadas pela Rússia já tiveram um efeito significativo na dissuasão de tal actividade, disse ela. “Portanto, outras ações desse tipo também permanecem na nossa tela de radar.” REUTERS

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