BOGOTÁ (Reuters) – Um tribunal colombiano rejeitou nesta terça-feira sua condenação por acusações de fraude e suborno em uma longa batalha legal sobre alegações de adulteração de testemunhas que poderiam tê-lo condenado a 12 anos de prisão domiciliar, mas os senadores envolvidos indicaram que ele pretende recorrer e o caso poderá chegar à Suprema Corte.

Uribe, que liderou o poder executivo da Colômbia de 2002 a 2010, foi condenado no início de agosto, tornando-se o primeiro ex-presidente na história da Colômbia a ser condenado por um crime.

Numa sentença lida pelo juiz Manuel Antonio Mercian, o painel de três juízes decidiu que as provas citadas pelo juiz que sentenciou o Sr. Uribe não eram suficientemente fortes ou legalmente válidas para justificar uma condenação.

“A Suprema Corte de Bogotá está repetindo a história, contradizendo a Suprema Corte e afirmando que as escutas judiciais realizadas pelos juízes da Suprema Corte contra criminosos, nas quais o senhor Uribe dá voz, são privadas”, disse o atual presidente Gustavo Petro em X.

“É assim que se esconde a história do domínio das milícias na Colômbia”, acrescentou Petro, que ganhou fama como senador ao expor os laços entre as milícias e os políticos.

Uribe sempre manteve a sua inocência, qualificando o incidente de um caso de perseguição política. O tribunal suspendeu em Agosto a imposição imediata da prisão domiciliária enquanto se aguarda uma decisão sobre o recurso.

O caso contra o ex-presidente gira em torno de alegações de que ele ordenou que seu advogado pagasse subornos a um grupo paramilitar preso, a fim de dar credibilidade às alegações de que o ex-presidente tinha ligações com a organização.

As milícias são financiadas por fazendeiros, proprietários de terras e comerciantes para protegê-las das guerrilhas de esquerda, e as comissões da verdade estimam que sejam responsáveis ​​por quase metade das mais de 450 mil pessoas mortas no conflito na Colômbia entre 1985 e 2018.

Em 2012, Uribe acusou o senador esquerdista Ivan Cepeda de manipular ex-membros paramilitares presos para ligá-lo ao seu grupo, mas a Suprema Corte decidiu contra o delito de Cepeda e inverteu a situação, concluindo que foi Uribe quem pressionou as testemunhas.

Cepeda disse que apelaria da decisão de terça-feira, o que significa que o caso irá para a Suprema Corte da Colômbia e poderá estender o processo legal que já dura 13 anos.

Imediatamente após o primeiro veredicto de culpa, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse que Uribe foi vítima do “uso de armas” do juiz colombiano e apelou a Petro que respeitasse a independência judicial.

Petro está em desacordo com a administração Trump, que ameaçou impor tarifas contra o país sul-americano pelo seu alegado envolvimento no tráfico de drogas.

No início deste ano, o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentou as tarifas sobre o Brasil após a condenação de seu aliado político Jair Bolsonaro por planejar um golpe.

Os Estados Unidos são o maior destino de exportação da Colômbia.

A campanha política para as eleições presidenciais e parlamentares do próximo ano começará em breve, com vários aliados de Uribe a competir pela sucessão de Petro, que não pode concorrer novamente à presidência. Reuters

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