Refletindo a experiência do passageiro
Outra métrica comumente utilizada pelos metrôs em todo o mundo é a satisfação dos passageiros.
Em Singapura, o Conselho dos Transportes Públicos realiza inquéritos online anuais para medir esta situação.
Novamente, pode ser útil considerar fazer mais aqui para aprimorar os insights obtidos.
Por exemplo, essas pesquisas poderiam ser feitas com mais frequência?
A operadora do sistema de metro da capital dinamarquesa, Copenhaga, por exemplo, mede a satisfação dos clientes através de entrevistas pessoais com cerca de 1.000 passageiros seleccionados aleatoriamente todos os trimestres.
Especialistas como o economista de transportes Walter Teseira também sugeriram, no passado, a utilização de outros indicadores de fiabilidade mais centrados nos passageiros, como os minutos de atraso, uma medida da escala dos atrasos dos comboios.
Outro exemplo disto são as “horas perdidas dos clientes” – uma estimativa do tempo perdido pelos passageiros devido a interrupções no serviço.
O Metro de Londres costumava medir isto até que a pandemia de Covid-19 que atingiu em 2020 afetou a precisão da modelação.
Usar algo assim para medir a confiabilidade ferroviária aqui, além do MKBF, refletiria de forma mais completa o impacto e o custo econômico de uma pane do MRT durante os horários de pico, por exemplo, em comparação com uma que ocorresse durante períodos menos movimentados.
Isto não deverá ser difícil, dados os dados que podem ser extraídos dos cartões de transporte público.
Um argumento que tem sido utilizado contra a introdução de novos indicadores de desempenho e mecanismos regulamentares é o custo de o fazer – em termos do tempo necessário para recolher estes novos dados e do peso do cumprimento.
Mas se ter um scorecard mais abrangente se traduzir numa maior segurança e num maior número de pessoas a utilizarem os transportes públicos, os benefícios superarão os custos.
A fiabilidade do sistema MRT de Singapura é comparável a alguns dos melhores do mundo, mas não é infalível.
O que é importante é ter um sistema transparente que permita às autoridades, aos operadores e ao público acompanhar o custo real dos atrasos para os passageiros.