A equipe do Journal National acompanhou uma expedição de cientistas ao gigantesco santuário de árvores, único e fundamental para o equilíbrio da floresta amazônica. Angelim-vermelho Com 88,5 metros de altura, mais que o dobro da reprodução do Cristo Redentor, as águas do rio Jari, no extremo norte do Brasil, abriram caminho para expedições científicas. “Se o local for muito perigoso, geralmente não dormimos. Saímos de casa sabendo que há risco. Mas quando terminamos e encontramos o que queremos, valeu a pena”, afirma Camila Doa Anjos, bióloga do IDEFLOR-Bio . Equipes de pesquisadores do Pará e do Amapá entraram na floresta para mapear a floresta estadual do Paru. A área abrange os quatro municípios de Parra e é um santuário de árvores com mais de 70 metros de altura. É aqui que está localizada a maior árvore da América Latina e a quarta maior do mundo: um anjo vermelho de 88,5 metros de altura, mais que o dobro da altura do Cristo Redentor. Cada passo dessa jornada pela floresta surpreende os pesquisadores. Enormes árvores são vistas ao longo do caminho. Muitas perguntas permanecem sem resposta. Uma delas, por que crescem tanto nessa região? A única certeza é que toda esta biodiversidade precisa ser monitorada, estudada e protegida. Um dos pontos mais importantes dessas plantas é a quantidade de matéria orgânica chamada biomassa. Como resultado, tornam-se aspiradores gigantes de dióxido de carbono, que provoca o efeito estufa. “Representam 5% de toda a biomassa da Amazônia, essas árvores gigantes. Então representam um potencial significativo de armazenamento de carbono”, explica o Instituto Federal do Amapá Diego Armando. A campanha foi realizada em parceria com a ONG Fundação Amazônia Sustentável e apoiada por moradores evacuados da comunidade. Eles vivem da colheita de castanhas da floresta e da pesca artesanal. São os primeiros a sentir os efeitos da mineração ilegal e dos problemas ambientais. “Se acabarmos aqui, como vamos sobreviver? Na minha opinião, temos que manter tudo de pé, a mata, o rio limpo. Muito mercúrio, muita mineração e não queremos isso nesses áreas arborizadas”, disse Lucas Farias, extrativista. O Governo do Pará já está em processo de consulta pública para converter parte da unidade em área de conservação integral. Além de combater o desmatamento e o garimpo ilegal, o objetivo é ampliar a pesquisa científica, incentivar o turismo sustentável, gerar renda para as comunidades locais e, principalmente, preservar o ecossistema de árvores gigantes. “”Eles são de importância ecológica, importantes para o equilíbrio básico do ecossistema. Por reterem a maior quantidade de água da chuva, também evaporam a maior parte da água da chuva, o que contribuirá para a formação dos rios de escoamento superficial”, explica Chrisomar Lobato, Diretor de Biodiversidade do IDEFLOR-Bio/PA. o vapor d’água que vem do Oceano Atlântico. As viagens de e para a Cordilheira dos Andes fornecem umidade para diversas regiões do Brasil “Tudo está muito conectado. Com essas informações em mãos, podemos construir relacionamentos. Água de qualidade, ar de qualidade. Esse é o nosso objetivo”, afirma a bióloga do INPA Desse Ferreira.