Não afirmo saber muito sobre a política americana.
Para o bem ou para o mal, o meu conhecimento sobre o tema restringe-se aos nomes de alguns políticos americanos, ao modo como funciona o sistema do Colégio Eleitoral e a um punhado de políticas que os legisladores apresentaram ao longo dos anos.
Como tal, não tenho uma opinião fortemente informada sobre as recentes eleições naquele país, como muitos outros têm.
No entanto, observei que as opiniões sobre o assunto têm sido extremamente polarizadas.
A escolha do candidato é muitas vezes enquadrada como uma escolha moral.
Por isso, o debate sobre o assunto muitas vezes acaba sendo carregado de emoção, deixando ambos os lados magoados e incompreendidos.
Um dos meus amigos americanos em Singapura comentou que tais conflitos alteram permanentemente a complexidade dos relacionamentos.
Este fenómeno não é exclusivo dos EUA e é oportuno que analisemos a tolerância dos cingapurianos relativamente a opiniões diversas. Somos intolerantes com pontos de vista diferentes?
O Relatório do Barômetro de Confiança de 2023 da Edelman revelou que 44 por cento dos cingapurianos acreditavam que a falta de civilidade e respeito mútuo era a pior que já haviam visto.
Menos de um em cada três cingapurianos também disse que estaria disposto a ajudar alguém necessitado se discordasse veementemente dessa pessoa.
Parece, portanto, que somos relativamente intolerantes. Mas tem que ser assim?
Pode ser doloroso perceber que aqueles de quem gostamos discordam das opiniões que defendemos fervorosamente.
Contudo, os esforços para tecer um tecido social mais forte em Singapura começam com o indivíduo. Poderíamos considerar tentar compreender as diferenças de opiniões e optar por permanecer civilizados apesar dessas diferenças?
Isaac Chan Jing-Xuan