JACARTA – Um militante afiliado à Al-Qaeda que, em 2015, planejou um plano não concretizado para atacar o prédio da Bolsa de Valores de Cingapura, está sendo investigado pela polícia indonésia por sua participação atual e passada e seu papel nas redes terroristas da Indonésia.
O cidadão indonésio de 51 anos, Yudi Lukito Kurniawan, foi preso em Gorontalo, na parte norte da ilha de Sulawesi, em 21 de agosto.
“Estamos desenvolvendo o caso para ver se ele é um elemento-chave e crucial nas redes terroristas”, disse uma fonte próxima à investigação ao The Straits Times em 3 de setembro.
Yudi estava com a Al-Qaeda na Península Arábica – o braço iemenita da Al-Qaeda – quando surgiu o plano de atacar o Centro SGX em Shenton Way, em Singapura. foi tramado, de acordo com o comunicado à imprensa enviado à ST em 2 de setembro pelo Destacamento 88, esquadrão antiterrorismo da polícia nacional da Indonésia.
“Yudi tentou entrar em Cingapura em 2015 pelo mar, mas foi rejeitado pela imigração de Cingapura e foi deportado para Batam”, diz o comunicado.
Yudi havia se casado novamente e se mudado frequentemente para evitar ser detectado, disse a fonte. Ele era conhecido por ter passado um tempo em Surabaya e Pasuruan em Java Oriental, Gorontalo em Sulawesi e Batam, que fica a uma curta viagem de balsa de Cingapura.
Ele também adotou outros pseudônimos, com as iniciais IS, AT, MAL e AH, de acordo com o comunicado.
A fonte disse que o plano de ataque de Cingapura em 2015 pretendia ser um ataque indireto aos Estados Unidos.
“Eles acreditam que seu inimigo distante são os EUA e Cingapura é um aliado dos EUA que está (geograficamente) mais próximo da Indonésia”, explicou ele.
Yudi era membro da rede terrorista Jemaah Islamiyah (JI) do Sudeste Asiático antes de mudar de afiliação em 2012 para a Jamaah Ansharut Tauhid (JAT), fundada pelo ideólogo terrorista Abu Bakar Bashir, 86. Ele então se mudou para a Jamaah Ansharusy Syariah (JAS), outro grupo dissidente da JI, de acordo com a declaração do Destacamento 88.
Enquanto estava no JAT, Yudi foi enviado ao Iêmen como parte do movimento global de jihad patrocinado pela Al-Qaeda na Península Arábica (AQAP), observou o comunicado à imprensa.
O JI foi responsável pelo maior ataque terrorista da Indonésia, o atentado de Bali em 2002, que matou mais de 200 pessoas, muitas das quais eram turistas estrangeiros. O JI foi fortemente financiado pela rede terrorista global Al-Qaeda e, em 30 de junho, seus líderes na Indonésia declararam que haviam dissolvido a organização.
“A (última) prisão é um aviso para outros membros do JI que escolheram não se desfazer, mas, em vez disso, se juntar a outros grupos terroristas. Nós os pegaremos”, disse a fonte.
Entre as evidências que a polícia indonésia está investigando estão um passaporte com o nome de Yudi, com um carimbo de visto emitido pelo governo do Iêmen, e um documento declarando a recusa de entrada de Yudi por Cingapura em 2015, observando que ele não era elegível para entrada segundo as atuais políticas de imigração.