O presidente da CPI do INSS, senador Carlos Viana, prendeu Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores na Pesca e Aquicultura (CBPA). Ele permaneceu em silêncio durante a maior parte das perguntas desta sessão (3) de segunda-feira. Viana afirma que o depoente prestou declaração falsa, negou ou suprimiu a verdade como testemunha. O pedido foi feito pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL) e acatado pelo presidente da Comissão. Esta é a terceira prisão da CPMI, sendo as outras duas o presidente da conferência e ex-diretor de empresas do INSS em Kerekar. Segundo o repórter, Lincoln mentiu sobre os motivos de sua renúncia à liderança da Confederação Nacional de Pescadores e Aquicultores (CNPA) — anunciou que renunciou ao cargo, quando na verdade foi afastado por medida cautelar — e “negou pelo silêncio” saber da ligação de Antonio Carlos, Caminocan, Caros, Camiocan, Anonio Carlos. Respostas para outras perguntas. O CBPA está entre os órgãos investigados pela Polícia Federal no âmbito da Operação Sem Desconto, lançada em abril deste ano para apurar descontos irregulares em benefícios do INSS entre 2019 e 2024. Os bens da Confederação e de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz foram bloqueados a pedido da Procuradoria-Geral da República. Convocado como testemunha, Lincoln compareceu com habeas corpus preventivo concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Federais (STF). A decisão afirmou o direito ao silêncio e à não autoincriminação. O senador Carlos Viana encerrou a sessão dizendo que a testemunha veio amparada por um habeas corpus e que Lincoln “esperava se esconder discretamente”. “Mas o silêncio, senhoras e senhores, também fala. E o silêncio de quem sabe explicar fala mais alto que qualquer palavra”, disse Viana. Abraão foi acusado de apresentar “inverdades e contradições”. Foi explicado pela comissão que o seu silêncio “prejudicou a verdade”. Lincoln também mentiu sobre a natureza de seu relacionamento com o tesoureiro do CBPA Gabriel Negreiros e o alcance da procuração concedida a Adelino Rodriguez Jr. Para a CPMI do INSS, Adelino tinha amplos poderes para transferir recursos do CBPA e, como resultado, enviou R$ 59 mil para a esposa do procurador-geral do INSS, Virgílio Antônio, e R$ 430 mil em dinheiro para João Victor Fernandes. “Terminamos um ciclo de impunidade e iniciamos o tempo da verdade, em nome dos aposentados, das viúvas, dos órfãos e da esperança que ainda vive no coração do Brasil. O Brasil pode ser enganado por um tempo, sim, mas não ficará calado para sempre”, disse Viana. “Em nome dos aposentados, cerca de 240 mil que a CBPA fraudou, senhor Abraão Lincoln da Cruz, o senhor está preso”, concluiu o presidente da CPMI. Após o término da sessão, ele foi levado à delegacia do Senado. Ele ainda não havia sido liberado até a última atualização deste relatório.


















