BUENOS AIRES (Reuters) – Jogadores, dirigentes e torcedores do Boca Juniors se reuniram no Estádio La Bombonera nesta quinta-feira para homenagear o ex-técnico Miguel Ángel Russo, que faleceu após uma longa batalha contra o câncer.
A família de Russo foi acompanhada na cerimônia no salão principal do estádio por membros do time do Boca, incluindo o capitão Edinson Cavani e o espanhol Ander Herrera, além do presidente do clube, Juan Roman Riquelme.
Dalma, uma das filhas de Diego Maradona, disse aos repórteres locais: “Ele queria ser enterrado no terreno do Boca e estava vestido como jogador do Boca, e nos disseram que esse era o seu desejo”.
O icônico estádio do Boca se tornou o centro das pessoas em luto enquanto milhares de pessoas se reuniam para celebrar a vida e as conquistas do técnico, que morreu na quarta-feira aos 69 anos.
Jogadores e comissão técnica usaram braçadeiras pretas e um banner com o nome de Russo pendurado nas arquibancadas junto com mensagens sinceras dos torcedores.
Jogadores do San Lorenzo, time que Russo treinou em 2024, além de torcedores do River Plate, rival do Boca, e de outros clubes argentinos compareceram ao serviço.
Magali Aries, 34 anos, torcedora do Boca, disse à Reuters: “É impressionante que os torcedores do River tenham mostrado sua solidariedade ao Boca e que ele também tenha deixado uma marca nos não torcedores do Boca. Temos que agradecê-lo por todas as coisas boas que ele deu a todos”.
Conhecido por sua perspicácia tática e liderança, Russo levou o Boca ao sucesso nacional e internacional, incluindo a conquista da Copa Libertadores em 2007.
Russo teve uma extensa carreira gerencial de mais de 30 anos, treinando clubes na Argentina e em toda a América do Sul. Ele foi amplamente elogiado por sua resiliência enquanto continuava a lutar contra o câncer enquanto continuava a trabalhar até que sua saúde piorasse.
A cerimônia de quinta-feira incluiu um momento de silêncio, após o qual os torcedores cantaram uma música do clube em homenagem a Russo.
“Hoje viemos nos despedir de Russo, para agradecer tudo que ele nos deu, porque ele merece, porque sempre foi muito educado e muito respeitoso”, disse Maris Olivares, 65 anos, à Reuters.
Antes de se tornar um técnico famoso, Russo passou toda a carreira de jogador no Estudiantes como meio-campista defensivo.
“Para nós, Russo era o filho pródigo do Estudiantes e também um herói”, disse Roberto Aufiero, outro torcedor que vestiu a camisa vermelha e branca do Estudiantes.
“Estou aqui vestindo esta camisa porque é a camisa da promoção 95 e ele nos promoveu e quebrou todos os recordes”.
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, elogiou o jogador nas redes sociais, chamando-o de “um jogador de futebol que deu tudo de si ao esporte que ama”.
A liga argentina anunciou nesta quarta-feira que o jogo do Clausura entre Boca Juniors e Barracas Central, marcado para sábado, foi adiado. Reuters