SÃO PAULO (Reuters) – O juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes condenou nesta segunda-feira o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro à prisão domiciliar, de acordo com documentos judiciais vistos pela Reuters.
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde agosto por descumprir uma ordem de restrição relacionada à sua suposta tentativa de persuadir o presidente dos EUA, Donald Trump, a intervir em uma investigação sobre a conspiração de um golpe para manter o poder após perder as eleições de 2022.
O ex-presidente foi posteriormente condenado num caso separado por planear um golpe de Estado e foi sentenciado no mês passado a 27 anos e três meses de prisão.
Trump chamou o caso de “caça às bruxas” e retaliou impondo pesadas tarifas às exportações brasileiras, sancionando o juiz responsável pelo caso contra Bolsonaro e revogando os vistos de várias autoridades brasileiras.
Semanas após a condenação de Bolsonaro, sua equipe de defesa solicitou formalmente sua libertação da prisão domiciliar, dizendo que ele não havia sido acusado na investigação que levou à sua detenção.
O juiz Moraes rejeitou os argumentos da defesa e decidiu que a prisão domiciliar era “necessária e apropriada” porque a continuação da liberdade de Bolsonaro trazia riscos representados por suas convicções e repetidas violações de medidas cautelares.
“A necessidade de garantir a segurança e a plena aplicação da legislação penal justifica a manutenção da prisão domiciliar e outras medidas preventivas”, afirmou Moraes.
Os advogados de Bolsonaro não responderam aos pedidos de comentários. Reuters