MOSCOU, 7 Dez (Reuters) – O Kremlin saudou neste domingo a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de parar de chamar a Rússia de ameaça direta, dizendo que sua nova estratégia de segurança nacional, que pinta a potência europeia como em declínio, está amplamente alinhada com as próprias percepções da Rússia.
A Estratégia de Segurança Nacional dos EUA descreve a visão do Presidente Trump como de “realismo flexível” e argumenta que os EUA deveriam reviver a Doutrina Monroe do século XIX, que declarou o Hemisfério Ocidental como esfera de influência de Washington.
A estratégia, assinada pelo Presidente Trump, também alerta que a Europa enfrenta a “aniquilação civilizacional”, que negociar o fim da guerra na Ucrânia é um interesse “central” dos Estados Unidos e que Washington quer restabelecer a estabilidade estratégica com a Rússia.
“Os ajustes que estamos vendo são, em muitos aspectos, consistentes com a nossa visão”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, ao repórter da TV estatal Pavel Zarubin, quando questionado sobre a nova estratégia dos EUA.
Questionado sobre a promessa do documento dos EUA de acabar com “a percepção da NATO e a prevenção da sua realidade como uma aliança em expansão permanente”, Peskov disse que isso era encorajador.
Mas Peskov também alertou que o “Estado profundo” dos EUA via o mundo de forma diferente de Trump, usando o termo para se referir a uma poderosa rede de responsáveis norte-americanos que procuram minar aqueles que desafiam o status quo, incluindo o próprio Trump.
Os críticos de Trump dizem que não existe um “estado profundo” e que Trump e os seus aliados estão traficando teorias da conspiração para justificar a tomada de poder pelo poder executivo.
Desde a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e a invasão da Ucrânia em 2022, a estratégia dos EUA identificou a Rússia como um agressor ou uma ameaça que procura desestabilizar a ordem pós-Guerra Fria pela força.
Em comentários à agência de notícias estatal TASS, Peskov disse que apelar à cooperação com a Rússia em questões de estabilidade estratégica foi um passo positivo, em vez de retratar a Rússia como uma ameaça direta.
O Presidente Trump tem feito frequentemente comentários positivos e elogiosos sobre o Presidente russo, Vladimir Putin, e os críticos acusaram-no de ser brando com a Rússia, apesar de ambas as administrações terem imposto sanções contra a Rússia.
Altos funcionários dos principais países europeus expressaram repetidamente preocupações de que os Estados Unidos, sob a administração Trump, pudessem virar as costas à Europa, que depende dos Estados Unidos para ajuda militar. Reuters


















