RIO DE JANEIRO – O governo brasileiro anunciou em comunicado quinta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou o procurador-geral Jorge Mesias para preencher a vaga no Supremo Tribunal Federal.
A vaga ficou vaga depois que o ministro Luis Roberto Barroso anunciou na semana passada que se aposentaria do tribunal cerca de oito anos antes do prazo de aposentadoria compulsória.
A nomeação de 11 membros do tribunal superior, a terceira do atual mandato de Lula, ainda precisa ser aprovada pelo Senado brasileiro.
Mesias, 45 anos, trabalha na Procuradoria-Geral da República há quase 20 anos e dirige a agência desde 2023, quando começa o atual mandato de Lula.
Nesse período, ele ganhou um processo no Supremo Tribunal contra o Congresso que manteve mudanças no imposto sobre transações financeiras e defendeu o governo em um caso relacionado ao ataque de 2023 a prédios governamentais por partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro. Dois candidatos de Bolsonaro estão em tribunal.
Lula escolheu Mesias para preencher a vaga no tribunal, apesar das objeções de alguns senadores e ministros do Supremo que poderiam surgir durante as audiências de confirmação do Senado, disseram autoridades do tribunal e do governo.
A escolha de Messias, um batista, é vista como um sinal da comunidade cristã evangélica do Brasil, que cresceu para 27% da população do Brasil no último censo.
Espera-se que o líder esquerdista concorra à reeleição no próximo ano, mas as pesquisas mostram que seu índice de aprovação entre os eleitores evangélicos tem estado consistentemente abaixo da média. Os católicos brasileiros ainda constituem a maioria do país, mas seu número vem diminuindo ao longo dos anos.
Salvo novas aposentadorias antecipadas, Messias será a última nomeação para a Suprema Corte durante o mandato de Lula.
Lula já havia indicado o ex-advogado pessoal Cristiano Zanin e o ex-ministro da Justiça Flávio Dino para o tribunal superior. Dois nomeados de mandatos anteriores ainda atuam no tribunal.
Se confirmado pelo Senado, Mesias poderá permanecer no cargo até fevereiro de 2055, quando completará 75 anos. Reuters


















