CIDADE DO MÉXICO – Os legisladores mexicanos deram a aprovação final a novas tarifas sobre as importações provenientes da Ásia, em grande parte em linha com os esforços dos EUA para reforçar as barreiras comerciais contra a China.
O Senado do México votou a 10 de Dezembro a favor de um projecto de lei que imporia tarifas que variam entre 5% e 50% sobre mais de 1.400 produtos provenientes de países asiáticos com os quais o México não tem acordos comerciais.
O novo imposto entrará em vigor em 2026 e terá como alvo uma ampla gama de produtos, desde vestuário a metais e peças de automóveis, sendo a produção em massa em fábricas chinesas o foco do projeto de lei.
A aprovação do projeto ocorre em meio à pressão para alinhar as prioridades com as negociações comerciais de alto risco entre a presidente Claudia Sheinbaum e o presidente dos EUA, Donald Trump, aumentando as esperanças de que o imposto mexicano sobre produtos chineses possa aliviar as penalidades das tarifas dos EUA sobre produtos como o aço e o alumínio mexicanos.
Embora Sheinbaum tenha negado publicamente qualquer ligação com a ofensiva tarifária do próprio Presidente Trump contra o gigante asiático, os novos direitos de importação são semelhantes à abordagem do líder dos EUA.
Durante décadas, o México abraçou o comércio livre mais do que quase qualquer outro país das Américas, assinando dezenas de acordos comerciais com países de todo o mundo. Mas o partido esquerdista Morena, de Sheinbaum, está agora caminhando em uma direção diferente.
O Ministério das Finanças do México estima que as novas tarifas gerarão quase 52 mil milhões de pesos (3,7 mil milhões de dólares) em receitas adicionais em 2026.
Os fabricantes que dependem de matérias-primas fabricadas na China, Índia e Coreia do Sul, entre outros, alertaram para o aumento dos custos que poderia alimentar a inflação. Alguns legisladores, incluindo membros do partido no poder, procuraram evitar conflitos com a região emergente, que muitos consideram fundamental para a diversificação dos mercados de exportação do México.
A aceitação das tarifas por Sheinbaum surge com as preocupações dos EUA sobre o chamado transbordo das exportações chinesas através de outros países, e ocorrerá em 2024, quando o Canadá imitará os impostos dos EUA sobre veículos elétricos, aço e alumínio da China.
As autoridades chinesas criticaram duramente as recentes tarifas mexicanas, considerando-as injustas e prejudiciais.
De acordo com a Lei Aduaneira, os automóveis chineses estarão sujeitos à tarifa mais elevada de 50%. O grande sector automóvel do país representa agora 20% do mercado mexicano, um aumento dramático em relação às importações mínimas de automóveis há apenas seis anos.
As autoridades mexicanas e as associações automóveis locais apoiaram o imposto de importação destinado a proteger a produção automóvel nacional, um importante motor da indústria transformadora do México. Bloomberg


















